A história de Ernesto Meyer Filho será contada na exposição “Arquivos Implacáveis Meyer Filho”, que ocupa as salas do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), de 29 de setembro de 2022 a 22 de janeiro de 2023, em Florianópolis. O público poderá conhecer as obras deixadas pelo artista em mais de cinco décadas de atuação e também os fatos da trajetória que revelam os movimentos artísticos da cidade ocorridos no período de 1943 a 1991.
A mostra faz parte da programação que celebra os cem anos de nascimento do artista. Um importante acervo vem sendo preservado e organizado pela pesquisadora e presidente do Instituto Meyer Filho, Sandra Meyer, filha do artista. Trata-se de um rico legado que conta parte da história das artes visuais de Santa Catarina.
“Queremos realizar um evento à altura do legado deixado pelo artista, por meio de um projeto que durou de 2018 a 2022. Fazer conhecer a vida-obra ou obra-vida de Meyer Filho, investigar o acervo [Arquivos Implacáveis Meyer Filho] por ele deixado e fazer dele patrimônio acessível era o que nos movia”, conta Sandra.
Escritos, impressos, charges, fotografias, vídeos, pinturas, desenhos e uma série de documentos também retratam um recorte do surgimento da arte moderna em Santa Catarina. Além da exibição dos materiais, serão realizadas ações educativas voltadas aos estudantes das escolas públicas e privadas com o apoio do Núcleo de Arte-educação (MASC) e Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE/UDESC). Professores e mediadores vão receber material pedagógico, visitantes terão acesso à oficina de cartazes, seminários e outras atividades gratuitas oferecidas pelo projeto até janeiro de 2023.

Arquivos Implacáveis Meyer Filho
A exposição foi estruturada a partir da ideia de arquipélago, cada ilha-planeta representa um aspecto na vida e obra de Meyer, nas esferas pessoal, artística, social, profissional, política e histórica. As ilhas-planetas ainda situam a geografia dos lugares onde o artista viveu. Nascido em Itajaí, ainda criança, Meyer mudou-se com a família para Florianópolis onde permaneceu até o último suspiro.
O planeta Marte foi alvo de suas fabulações, a direção que o artista mirava e projetava um mundo melhor, em resposta e crítica ao tempo que atravessou sua existência. Esses fluxos de espaço, da ilha aos cosmos e vice-versa, traz questões importantes para reflexão como as noções de local e universal, de cultura popular e erudita, e a proximidade entre loucura e processo artístico.

Quem foi Meyer Filho? Há muitas camadas. O embaixador autoproclamado de Marte e sua retórica marciana serão revelados em demarcações espaciais com títulos retirados de seus escritos: Plantando Dá, Pessoal!; Quem falou que os anjos não têm sexo?; Embaixada de Marte no Planeta Terra; Respeitável Público; Ilha de Casos e Ocasos Raros, de sol, chuva e vento sul; Hora de um certo Cafézinho; É verdade! É tudo verdade!!!.
“Após o falecimento do meu pai, em 1991, uma questão se impunha: Como cuidar de seu acervo? Como fazê-lo chegar ao maior número de pessoas? Tornar-me uma espécie de “guardiã da memória”, inicialmente, não foi uma escolha, mas uma condição, por conta do vasto acervo por ele deixado. Aos poucos, esta condição de guardiã transformou-se em interesse de pesquisa acadêmica e de experimentação artística, tanto nas artes visuais como na dança, campos em que atuo”, contextualiza Sandra, também coordenadora do projeto Arquivos Implacáveis Meyer Filho.
Sandra Meyer junto com a curadora geral Kamilla Nunes, a curadora adjunta Gabi Bresola e a curadora assistente Aline Natureza foram muito cuidadosas na condução e exibição dos procedimentos de Meyer Filho. A forma que ele arquivou suas obras e permitiu a reconstrução desse microcosmo, real e fabulado, com os pés na Terra, a cabeça em Marte e um corpo que carrega a história que elaborou. “Os arquivos implacáveis de Meyer Filho, para mim, não são somente documentos acomodados numa reserva técnica, são também inscrições no corpo, adquiridas no convívio em um longo processo de feitura duma vida “como uma obra de arte”, defende Sandra.
Abertura da exposição
“Arquivos Implacáveis de Meyer Filho” abre nesta quinta-feira, 29 de setembro, a partir das 18h, no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC-Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 – Agronômica), em Florianópolis. Todas as atividades oferecidas pelo projeto são gratuitas.
Visitação: de terça a sábado, das 10h às 20h30. Nos domingos e feriados das 10h às 19h30.
AGENDAMENTO DE VISITAS DE GRUPOS e escolas
Programação completa
- 4 de outubro, das 10h às 13h, e das 15h às 18h, ocorre o curso em formato presencial. Dividido em dois momentos: contextualizar a exposição, a proposta curatorial e as concepções de acessibilidade; contextualizar as propostas para a ação educativa e do material educativo. A ação é direcionada para mediadoras/es.
- De 06 a 11 de outubro, temas como o artista e sobre os arquivos implacáveis, materiais e ações educativas para a prática pedagógica serão compartilhados com as/os inscritas/os. De 06 a 10 de outubro, professoras/es da rede pública e privada do ensino infantil, fundamental e médio terão acesso a todo o material educativo do projeto.
- 27 de outubro, será realizado o Seminário Arquivos Implacáveis, das 14h às 19h, com a proposta de um mergulho afetivo, histórico e teórico acerca da obra e trajetória de Meyer Filho. Disposto em três momentos: uma visita comentada à exposição Arquivos Implacáveis, mesa de debates e o lançamento do livro publicado numa co-edição da Cais Editora e Instituto Meyer Filho.
- Oficina Dazibao, marcada para 05 de novembro, das 10h às 13h e das 15h às 18h, apresenta o método Dazibao, utilizado na China como estratégia para divulgar ideias por meio de cartazes manuscritos com mensagens curtas e diretas. Os trabalhos de Meyer vão inspirar o pensar, o desenho, o letreiramento e a composição visual na criação de cartazes feitos à mão em versões “ilhoas e meyerianas” do dazibao. A oficina será ministrada por Pedro Franz.

Realização
Arquivos implacáveis Meyer Filho é um projeto realizado pelo Instituto Meyer Filho, Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Governo do Estado de Santa Catarina e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com o patrocínio da KREDILIG, ORSITEC e CASSOL Centerlar e apoio cultural do: Bloco B Arquitetura; Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (CEART/UDESC); Estúdio Brandão Fotografias; Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE) da UDESC; Laboratório de Representação Fotográfica da Universidade da UDESC; Núcleo de Comunicação do CEART/UDESC; Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Comunidade – Coordenadoria de Cultura da UDESC e Ouse Iluminação.
FICHA TÉCNICA
ARQUIVOS IMPLACÁVEIS MEYER FILHO
Coordenação geral: Sandra Meyer
Curadora geral: Kamilla Nunes
Curadora adjunta: Gabi Bresola
Curadora assistente: Aline Natureza
Comunicação visual e projeto gráfico: Vanessa Schultz
Assistência de coordenação: Djuly Gava
Coordenação educativo: Priscila Anversa
Educativo: Cyntia Werner, Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores
(LIFE/UDESC), Maria Helena Barbosa, Núcleo de Arte-Educação (NAE/MASC),
Maristela Müller e Priscila Anversa
Site: Natali Francini Gonzales [Nausicaa Design Digital]
Acervo [tratamento Arquivístico]: Anna Julia Borges Serafim [museóloga]; Elisiana
Trilha Castro [historiadora]; Michelle Witkowski [arquivista] e Ana Julia Vieira
Patrício [estagiária de Arquivologia UFSC]
Expografia: Bloco B Arquitetura
Consultoria em Iluminação: Ouse Iluminação
Marcenaria: Aliatir Silveira e Augusto Mikoszewski
Trilha sonora redes sociais: Iaell Meyer
Cenografia e curadoria da ilha É VERDADE, É TUDO VERDADE!!!!: O Tropicalista
Textos de aberturas de ilhas: Equipe Curatorial
Textos da Cronobiografia: Aline Natureza
Assessoria de imprensa: Luciana de Moraes
Social media: Aline Natureza
Produção: Gabi Bresola, Arturo Valle Junior, Marina Tavares da Cunha Melo e Studio de Ideias Gestão e Produção Cultural
Assistente de Produção: Ana Roman
Montadores: Ana Pi, Flávio José Brunetto, Leo Romão, Michael Duarte e Aliatir Silveira
Produção executiva: Maximus Produção Cultural e Una! Criatividade e Impacto Positivo
DOCUMENTÁRIO
Plantando dá, pessoal! e Hora de um certo cafezinho
Roteiro: Kamilla Nunes e Sandra Meyer
Direção e montagem: Sandra Alves
Produção: Vagaluzes Filmes
É verdade, é tudo verdade!!!!
Audiovisual: Hedra Rockenbach e Sandra Alves
Roteiro: O tropicalista
OFICINA DAZIBAO
Ministrante: Pedro Franz
ARQUIVOS IMPLACÁVEIS MEYER FILHO [SEMINÁRIO]
Coordenação: Clarissa Diniz e Gabi Bresola
Palestrantes: Bianca Tomaselli, Clarissa Diniz e Daiana Schavartz
Registro e edição: Alan Langdon
Acessibilidade: Sansara Buriti
ARQUIVOS IMPLACÁVEIS MEYER FILHO [LIVRO ]
Organização: Gabi Bresola e Kamilla Nunes
Coordenação editorial: Gabi Bresola e Kamilla Nunes
Assistência de organização e coordenação editorial: Aline Natureza
Projeto gráfico: Vanessa Schultz
Ilustração e capa: Pedro Franz
Preparação de texto: Aline Natureza
Textos do Arquipélago 1: Aline Natureza, Gabi Bresola e Kamilla Nunes
Textos do Arquipélago 2:
[Ilha Arquivos Implacáveis]: Kamilla Nunes, Gabi Bresola, Clarissa Diniz, Bianca
Tomaselli e Sandra Meyer
[Ilha Estalo de Vieira]: Aline Natureza
Reprodução de imagens: Acervo Instituto Meyer Filho: Gabi Bresola, Iam Campigotto, Kamilla Nunes, Claudio Brandão, Pedro Alípio, Sandra Meyer
Impressão: Gráfica Coan
ACERVOS
Acervo Arquivos Implacáveis Meyer Filho, Acervo Adriano Pauli, Acervo Fundação Hassis, Acervo Ylmar Corrêa Neto, Acervo José Luiz Nuremberg, Acervo Jair da Silva Junior e Eliete Magda Colombeli, Acervo Lúcia Rupp Hamms, Acervo Luiz Ernesto Meyer Pereira, Acervo Marcelo Collaço Paulo, Acervo Museu de Arte de Santa Catarina, Acervo Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC – Oswaldo Rodrigues Cabral, Acervo Rafael Mund, Acervo Simone Bobsin, Acervo Thales Brognoli Acervo Tércio da Gama.
Fonte: assessoria de imprensa.