10ª edição – Anuário ArqSC (2018)

Transbordar…

O que nos motiva a seguir em frente? O que nos subleva? No texto a respeito de uma exposição do qual foi curador, o filósofo, historiador e crítico de arte francês George Didi-Huberman afirma que “forças psíquicas, corporais e sociais transformam a imobilidade em movimento, a exaustão em energia, a renúncia em alegria expansiva”.

Não à toa apropriei-me deste trecho para falar da 10ª edição do ArqSC, uma data que, para além de comemorar, merece uma reflexão. Movimento é uma palavra que cada vez faz mais sentido na trajetória da publicação porque nos apresenta outras perspectivas.

Para além de fazer sentido no contexto de atuação do impresso, há uma necessidade de transbordar os campos do conhecimento e promover pontes e conexões com outros enredos. Fazer da experiência um caminho para novas práticas editoriais – em plataformas físicas, on-line e presenciais -, assumindo maior relevância em um mercado em profunda ressignificação.

Por isso, a 10ª edição chega conectando arte e arquitetura, com conteúdo que joga luz sobre temas que representam o zeitgeist: o poder transformador da arquitetura, o protagonismo do cidadão, a revisão histórica dos 70 anos do Masc, a emancipação do hemisfério sul – menos síndrome de vira-latas como cunhou Nelson Rodrigues e mais testemunho de nós mesmos. A cada edição, fazemos uma entrevista com um arquiteto que deixou um legado no Estado. Para esta, batemos um longo papo com o uruguaio Yamandú Carlevaro, um dos autores do Terminal Rodoviário Rita Maria, de Florianópolis.

À curadoria editorial soma-se o nosso papel em resguardar a memória da produção arquitetônica catarinense por meio do recorte publicado nestas páginas, contribuindo para a documentação histórica. É importante reforçar que os locais de circulação e a nossa articulação contribuem para que essa documentação, de fato, seja exercida, pois o anuário é distribuído em espaços de referência para pesquisa, entre o segmento de atuação, locais independentes e, ainda, livrarias e bancas como forma de ocupar um território anônimo.

Transbordar para nós significa verter, extravasar, expandir para além de… Este conceito que orientou a 10ª edição do anuário ArqSC, busca provocar a reflexão e a discussão sobre as interrelações entre arte e arquitetura. Por isso, propomos transbordar o impresso a partir de um exercício poético e artístico, resultado da imersão no Grupo de Estudos em Processos Curatoriais do qual fiz parte. O resultado prático é uma sobrecapa artística com a obra da série Casa-Ser, 2018, da artista Juliana Hoffmann; um flap que extrapola o formato tradicional da publicação com ilustração de Luciana Gâmbaro; ações que irão acontecer que conectam impresso, digital e eventos físicos a partir de conteúdos inseridos no anuário.

Simone Bobsin
Publisher

10ª edição – Anuário ArqSC (2018)
9ª edição – Anuário ArqSC (2017)
8ª edição – Anuário ArqSC (2016)
7ª edição – Anuário ArqSC (2015)
6ª edição – Anuário ArqSC (2013)
5ª edição – Anuário ArqSC (2012)
4ª edição – Anuário ArqSC (2010)
3ª edição – Anuário ArqSC (2009)
2ª edição – Anuário ArqSC (2008)
1ª edição – Anuário ArqSC (2007)