Diego de los Campos, Fran Favero e Gabi Bresola são os três finalistas da edição 2021 do Prêmio AF de Arte Contemporânea, a principal janela do circuito de artes visuais de Santa Catarina. Os artistas irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva na Fundação Cultural BADESC, na Capital, com abertura dia 9 de outubro, data que será anunciado o grande vencedor do concurso, que fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
Na oitava edição, a premiação teve o dobro do número de inscritos em relação ao ano passado. Eles foram selecionados pelo júri formado por Sandra Checruski Souza, mestre em História da Arte (Udesc), especialista em Gestão e Políticas Culturais (Universidade de Girona-Espanha) e coordenadora do setor educativo e de programação cultural do Museu de Florianópolis; e por Niura Borges, pesquisadora, mestre em artes visuais (UFRGS) e galerista gaúcha.
Os três selecionados são artistas que evidenciam a produção contemporânea em artes e trabalham com diferentes mídias: fotografia, publicação de artista, vídeo e videoinstalação, intervenções, instalações cinéticas e estruturas animadas por motores, entre outros suportes. Em comum, uma trajetória consistente e produção atenta às discussões da atualidade. “O fato de termos tido o dobro de inscritos mostra que o prêmio é cada vez mais importante para Santa Catarina”, comemora Marilyn Pellicant, diretora da AF Florianópolis.
Prêmio evidencia linguagem contemporânea
Nesta edição, o prêmio promovido pela Aliança Francesa Florianópolis buscou valorizar a caminhada de artistas de Santa Catarina. A seleção enaltece três artistas que já têm um percurso de reflexão sobre a própria produção artística. “Os três finalistas deste ano realmente apresentaram uma dimensão da arte contemporânea. São artistas que questionam o mundo. Obras que podem até incomodar o público, afinal não se pode não ter uma posição diante de assuntos tão urgentes. O que o mundo precisa hoje é o que a arte contemporânea pede: pensar e questionar, não apenas beleza e estética”, diz Marilyn Pellicant.
O Prêmio AF de Arte Contemporânea 2021 é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio da ENGIE. Apoio do Consulado da França em São Paulo, do Institut Français, do Institut Français do Brasil e da Fundação Cultural Badesc. A coordenação é Marte Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Conheça os finalistas
Fran Favero
Fran Favero (1987) é artista visual e curadora. É mestre em artes visuais pela Udesc, além de graduada em artes visuais e biologia. Pesquisa as relações de fronteiras que permeiam territórios, corpos e memórias. Nessa linha, atua no campo dos multimeios, incluindo produções em fotografia, vídeo, publicações de artistas e instalações. Já expôs individualmente na 14ª Bienal Internacional de Curitiba, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), além de galerias em São Paulo e em Portugal. É professora colaboradora do Departamento de Artes Visuais da Udesc. Sua obra passa pelas noções de transdisciplinaridade e intermídia como elementos centrais de sua prática. A palavra como conceito disparador também é recorrente em seu trabalho. O atravessamento e as relações possíveis entre território, corpo e palavra (línguas) estão presentes de maneira recorrente nas suas produções.
Gabi Bresola
Gabi Bresola (1992) é reconhecida pelo trabalho com pesquisa e publicações de artistas e pela coorganização da feira Flamboiã. Na academia, é mestre em Artes Visuais pela Udesc. Desde 2012 realiza exposições e publicações e dedica-se principalmente à elaboração de projetos culturais de artes visuais e de cinema pela Ombu Produção. Também já atuou como curadora de exposições, entre elas Interior, Verada e Reles chão. Individualmente, já expôs em Florianópolis, Itajaí e São Paulo. No cinema, dirigiu o curta Larfiagem e produziu filmes como Antonieta e Documentário. Seu trabalho como artista passa pela pesquisa sobre questões geopolíticas a partir da mediação entre a cultura do interior e as implicações coloniais. Nesse sentido, propõe discussões que entrecruzam o conhecimento empírico e o formal a partir de sua formação rural e acadêmica.
Diego de los Campos
Diego de los Campos (1971) é artista visual nascido no Uruguai e radicado em Florianópolis desde 199. Já participou de diversos salões de arte contemporânea, entre eles o de Piracicaba, de Ribeirão Preto e Arte Pará, entre outros. Já expôs individualmente no Museu Victor Meirelles e no Masc. Foi indicado em 2019 ao Prêmio Pipa e, em 2020, foi selecionado no Rumos Itaú Cultural 2020-2021. Desde 2010 integra o Coletivo Artístico Nacasa, onde mantém ateliê e dá cursos de arte multimídia. Sua obra busca ressignificar o descarte da sociedade. Dá sobrevida e reutiliza objetos, ou parte deles, ao colocá-los em movimento. A proposta passa por gerar um movimento interno do pensamento que coloque em jogo contradições latentes de formas de ver o mundo. Nesse sentido, a partir de objetos e materiais interceptados de seu caminho ao lixo, cria estruturas que comportam representações de corpos humanos, por exemplo. De los Campos cria e programa circuitos que utilizam sensores e microcontroladores. Sua busca é que o resultado estético seja uma junção de elementos sem ocultar nem dissimular as funções de cada parte.
Fonte: com assessoria de imprensa.