Para muito além de modismos e tendências – quando vira tendências já é passado dizem os analistas e nós concordamos – sempre defendemos o uso de plantas naturais como elemento essencial aos espaços. E quem domina muito bem esse território é a arquiteta paisagista Laura Rotter Schmidt, que está à frente do ateliê botânico Giz de Terra, em Florianópolis. “Materializamos jardins em todos os tamanhos entrelaçando produção artesanal, design contemporâneo e elementos vegetais”, explica Laura, que personalizou as embalagens e criou terrários para o ambiente Meu Coração Queima, de Jeferson Branco, para a CasaCor SC 2021.
“Essa parceria acabou se estendendo quando o Jeferson me pediu para especificar as plantas que iriam compor com seu estúdio manifesto”, conta Laura, que selecionou as plantas para fortalecer o conceito do proposto pelo arquiteto de resgate das memórias afetivas, brasilidade e sofisticação. Por isso, espécies de casa de vó como a scheffleras, lírios e crótons que contrastam com plantas mais atuais como as alocacias e tradescantias e, principalmente, as carnívoras plantadas em refratários Duralex. “Vale destacar o pacová plantado no bidê, que, pra mim, é uma combinação perfeitamente inusitada”, reforça.
O trabalho de Laura tem que ser observado detalhe. Em seu ateliê, ela desenvolve de pequenos terrários até projetos para quintais e praças públicas. “Fazemos o que fazemos porque acreditamos na energia das plantas e seu potencial de tornar a vida urbana mais leve e suave. Independentemente do tamanho, nossos jardins servem como lembrete de que a natureza é cíclica, dinâmica, e que temos muito a aprender com ela”, afirma Laura.
No ambiente de Jeferson tem à mostra alguns exemplares da linha de produtos: os terrários, plantas que vivem em potes fechados, e as plantas em hidrocultura lançadas esse ano, cultivadas diretamente na água em vidros âmbar ilustrados a mão.
Prêmio internacional para a embalagem
Laura atua sozinha à frente do Giz da Terra em todos os processos. Para facilitar o transporte dos produtos e agilizar o fazer manual, desenvolveu uma embalagem que comunicasse a sua marca e carregasse vários atributos como versatilidade, que permitisse o transporte dos produtos com segurança, ventilada e ao mesmo tempo permeável à luz e aos olhos para lembrar da fragilidade do produto, atrativa, econômica e viável.
A solução foi criar uma embalagem modular, com tamanho facilmente adaptável e que pudesse acomodar produtos de diferentes portes. “É ao mesmo tempo embalagem principal, embalagem de transporte, e também embalagem de presente, evitando o double rapping, e, assim, o desperdício e geração de lixo”, explica a designer.
O conceito da embalagem parte de um travamento entre duas tiras, uma vertical, em papel kraft grosso e firme, e outra fita horizontal, de tecido, flexível e maleável, e ao serem cruzadas, são facilmente travadas com um belo laço.
Tanta criatividade e soluções assertivas renderem alguns prêmios à Laura como o Prêmio de Bronze no Latin American Design Awards 2021 na categoria Embalagem. Na lista conta ainda Medalha de Bronze no Brasil Design Award 2020, o Prêmio de Ouro na FestGraf 2020, e o Prêmio de Prata no Festival do Clube de Criação do Paraná 2021 – Categoria Design Embalagem.
Ficha técnica da embalagem:
Design: Laila Rotter Schmidt e Laura Rotter Schmidt
Produção: ADI Soluções gráficas
Fotos: Caroline Duarte Kincheski