A cidade de São Paulo tem aproximadamente 25 mil orelhões praticamente desativados. Segundo dados da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), cada um deles é usado, em média, duas vezes por dia. Enquanto isso, 2,7 milhões de pessoas que se locomovem por semana utilizando o serviço de ônibus da cidade não possuem internet no celular. Como dar uma nova função aos telefones públicos e fazer com que, de fato, os aparelhos tenham um impacto significativo na vida do cidadão?
Repensar o mobiliário urbano e transformar os objetos que caíram em desuso é uma das propostas do Festival Red Bull Basement por meio da ação “Smart Orelhão”, desenvolvida pela LDC Agency . Os telefones, que muitas vezes estão instalados próximos aos mais de seis mil pontos de ônibus distribuídos pela cidade de São Paulo, serão hackeados, ou seja se transformarão, a partir dessa segunda-feira, 15 de agosto, em centros de informações acerca de horários e itinerários das linhas de ônibus que circulam naquele perímetro.
Ao usuário basta uma ligação gratuita para o número 0800 887 0878 e o sistema, automaticamente, identificará de qual orelhão ele está ligando e o informará sobre os horários e as linhas de ônibus que servem o ponto de ônibus mais próximo. O orelhão funciona como uma central que, ativada por geolocalização, é capaz de mapear o perímetro e produzir dados úteis aos cidadãos.
Sobre o Red Bull Basement:
O Red Bull Basement é um espaço de produção, pesquisa e difusão de projetos que exploram formas colaborativas de experimentação com mídias digitais, que desenvolve a colaboração e troca entre pessoas e coletivos com diferentes perfis: programadores, hackers, desenvolvedores de software e makers.
Em sua segunda edição, que acontece no dia 20 de agosto, de forma gratuita, no Red Bull Station, em São Paulo, o Red Bull Basement oferece atividades como workshops, hackathons, discussões e oficinas, além de um programa de residência com o objetivo de apoiar iniciativas de pesquisa criativa e produção de projetos experimentais visionários que usem tecnologias digitais para repensar formas e soluções de viver o cotidiano na cidade.
Confira a programação completa abaixo:
Auditório
11h45 – 13h – Economia Circular
Como as tecnologias, os novos modelos de negócios, a alteração das lógicas de fornecimento de matéria-prima, além de práticas e soluções no modelo “bottom-up” – que vão crescendo de baixo para cima, à medida que funcionam com as camadas menores – colaborarão com cidades mais sustentáveis e também mais habitáveis?
Participantes: Luciana Oliveira, Pedro Themotheo e Guilherme Brammer (moderador).
Luciana Oliveira é CEO e co-fundadora da New Hope Ecotech, empresa de tecnologia e impacto social voltada para o setor de reciclagem. Pedro Themotheo é sócio da empresa Matéria Brasil e trabalha com sustentabilidade e projetos open source. Já Guilherme Brammer é CEO da WiseWaste e GreenBusiness.
14h30 – 15h30 – Prototipagem na Prática
Se agora é mais fácil para criar um protótipo, racionalizar e industrializá-lo continua a ser uma questão complicada. A ideia desta sessão é mostrar a riqueza do ecossistema de fabricação chinês, sua flexibilidade e agilidade, que permite que se produza rapidamente objetos e projetos em grandes ou pequenas quantidades a um baixo custo.
Participantes: Cyril Ebersweiler (introdução em vídeo), Heloísa Neves, Wesley Schwab e Paulo Henrique. Cyril Ebersweiler é sócio da SOSV e fundador da HAX. Heloisa Neves é criadora da WE FAB, empresa que tem como base as metodologias colaborativas aplicadas a processos de inovação. Paulo Henrique “pH” Silva é fundador do Curta Circuitos, e Wesley Schwab é Global SME Transformation da Telefônica.
15h45 – 17h – Tecnologia e Mobilidade no Futuro
As tecnologias digitais estão agora em todos os lugares para facilitar e tornar a mobilidade urbana mais sustentável, questão prioritária nos dias atuais. São encontradas em bicicletas de autosserviço, nos aplicativos de carona solidária e em táxis conectados. Elas ajudam a dar mais fluidez à multimobilidade. Qual será o futuro desse cenário? Poderemos usar essas tecnologias nos próximos anos para conquistarmos uma mobilidade livre, sustentável e pacífica?
Participantes: Ricardo Marar (moderador), Anthony Ling e Mateus Silveira. Ricardo Marar é Ph.D. em transportes pela Universidade de Londres e pós-doutor pela Universidade de Brasília em Ferramentas de Designhinking para Inovação de Empreendedores em Mobilidade Urbana. Anthony Ling é co-fundador e CEO da Bora, startup em tecnologia de transporte, e editor do site de urbanismo Caos Planejado. Mateus Silveira é designer de produto e acompanha projetos que estimulam novas práticas para abordar questões que impactam na sustentabilidade de empresas a longo prazo.
17h15 – 18h30 – Cidades Abertas: como a atitude maker e as tecnologias estão reinventando a vida urbana?
As práticas ágeis, a inovação ascendente, a cultura de colaboração e a abertura são fundamentais para o movimento maker. O que pode acontecer quando aplicamos estas metodologias para a cidade? Como uma cidade mais aberta e reticulada se torna uma plataforma que permite a seus habitantes se reapropriar dela? Como o movimento maker e a tecnologia podem “hackeá-la”, oferecendo uma governança mais democrática? Como a cidade pode ser não somente “inteligente” usando de grandes tecnologias fechadas e dedicadas ao ganho de produtividade, mas sim aberta, ágil e familiar?
Participantes: Tomás Vivanco, Ricardo Ruiz Freire e Heloisa Neves (moderadora). Tomas Vivanco é co-diretor do Fab Lab Santiago. Ricardo Ruiz é Coordenador de Projetos no InCiti – Inovação e Pesquisa sobre as Cidades (UFPE) e CEO da 3Ecologias. Heloisa Neves é criadora da WE FAB, empresa que tem como base as metodologias colaborativas aplicadas a processos de inovação.
Térreo
10h30 – 17h – Café Reparo
A ação reúne coletivos e grupos ligados a cultura hacker que ajudarão o público na manutenção e na reparação de equipamentos.
O Café Reparo é um projeto de difusão da cultura hacker, cuja missão é estimular a curiosidade sobre como as coisas funcionam. Visando interromper o ciclo do descarte e retomar ou dar novos usos a equipamentos existentes, o Café Reparo reúne convidados, coletivos e utilizadores de computadores e equipamentos elétricos e eletrônicos a pessoas interessadas em reparar seus objetos. O objetivo é aprender a fazer pequenos reparos, aumentando a vida útil de artigos considerados descartáveis. Saiba mais: https://www.facebook.com/RedBullStation/videos.
Makerspace
11h30 – 13h30 – Oficina teórica e prática: Montando sua placa Arduíno
Aula teórica e prática para os iniciantes que querem saber mais sobre Arduíno. Aprenda a fazer um circuito de TV-B-gone com a placa Arduíno – uma espécie de controle remoto universal capaz de transmitir os códigos de desligamento para cerca de 98% das televisões do mundo. Ministrada por Afonso Coutinho, monitor do Makerspace do Red Bull Station. Capacidade: 12 pessoas. Participação por ordem de chegada, não é necessária inscrição.
16h – 18h – Oficina de solda básica – Montando sua placa Arduíno
Aula prática com os primeiros passos de como fazer solda de componentes eletrônicos e sobre os itens necessários para uma placa Arduíno. Ministrada por Afonso Coutinho, monitor do Makerspace do Red Bull Station. Capacidade: 12 pessoas. Participação por ordem de chegada, não é necessária inscrição.
Sobre Afonso Coutinho
Autodidata em programação e membro do Garoa Hacker Clube, Afonso sempre trabalhou com tecnologia. Atualmente, ele é monitor do Makerspace do Red Bull Station.
15h30 – 17h – Apresentação de projetos da Residência Hacker – Red Bull Basement
Os cinco projetos selecionados serão expostos e seus criadores apresentarão ao público ideia, protótipo e processo de desenvolvimento de cada um.
Projetos:
Samanta Fluture: Moskito Livre
Diogo Tolezano e Pedro Godoy: Pluvi.on
Giovanna Casimiro e Lina Lopes: Balanços Inter-afetivos
Ricardo Almeida: Sala-bolha
Sara Lana Gonçalves da Costa: Pontos surdos, cegos e mudos de SP
Para saber mais sobre a residência e cada projeto, visite: http://www.redbullbasement.com.br/index.php/residencia/
Galeria principal
10h30 – 20h – Instalação imersiva “Intensidade Código”, de Dimitre Lima
O artista expõe um trabalho com LED no corredor de entrada do Red Bull Station e também uma instalação de luzes e sons na Galeria Principal do local.
Sobre Dimitre Lima
Dimitre Lima nasceu no Rio Grande do Sul e é um designer gráfico multifacetado, que estende a sua ação à música, à programação ou à criação de websites como o Dmtr.org, onde expõe as suas criações. Voltado para o experimentalismo, ele utiliza e mistura vários métodos como o desenho, a gravura, a animação digital ou o código, universos que imprimem uma abordagem mais dinâmica ao uso do computador.
Na base da inspiração de Dimitre Lima está um desejo de ampliar virtualmente as formas gráficas para a vida real do espectador, em interessantes fusões factual/ ilusão, que quebram a barreira da realidade. (com assessoria de imprensa)
Festival Red Bull Basement @ Red Bull Station
Data: 20 de agosto de 2016 (sábado)
Horário: das 10h30 às 19h
Local: Red Bull Station
Endereço: Praça da Bandeira, 137 – Centro – São Paulo
Telefone: 11 3107-5065
Censura: Livre
Entrada: Evento gratuito
Site: www.redbullbasement.com.br