Especialista em biodiversidade nativa, o paisagista e botânico Ricardo Cardim, que assina o projeto paisagístico do D/Sense, da Dimas Construções, realizou uma ampla pesquisa de identificação e de resgate de elementos de vegetação natural característicos da Ilha de Santa Catarina para incorporar ao empreendimento. A ideia foi recriar um ‘ecossistema natural’ no centro de Florianópolis, local da construção do edifício, em frente ao Parque da Luz e próximo da Ponte Hercílio Luz – em endereço que já abrigou o tradicional restaurante Lindacap.
A cada projeto, Cardim reforça sua militância no resgate da brasilidade no paisagismo porque estamos perdendo as referências botânicas. Ele chama de “erosão cultural” e que acontece em um país com a maior biodiversidade do mundo. O autor do livro “Paisagismo Sustentável para o Brasil: Integrando natureza e humanidade no século XXI”, propõe uma experiência rica em diversidade e diz que o ambiente terá palmito juçara, por exemplo, que é uma palmeira ameaçada de extinção da mata atlântica. “Quando a gente lembra do território onde o empreendimento está, uma ilha de mata atlântica, é muito importante respeitar e levar isso como ponto de partida do projeto paisagístico. Resgatamos a vegetação nativa de forma a recriar um ecossistema equilibrado, atraindo pássaros nativos e disponibilizando até mesmo frutas nativas, o que gera experiências inovadoras. Um verde correto, exuberante e que leva em conta a biodiversidade”, explica.
Em diálogo com o paisagismo, o arquiteto francês Greg Bousquet, do escritório Architects Office, um dos fundadores da Triptyque Architecture, fortalece o conceito de identidade local. “Insolação, vento, topografia e entorno foram analisados e combinados a um amplo estudo sobre a história e infraestrutura local. Assim, buscamos promover uma arquitetura singular com a identidade do bairro a partir de duas torres de uso misto, com composições de materiais naturais, como a madeira e a pedra, em designs distintos para dialogar cada qual com os seus arredores”, afirma Greg Bousquet.
O edifício tem duas torres de uso misto com 55 apartamentos de 3 a 4 suítes, com plantas de 178m² a 246m², além de espaços compartilhados como coworking e uma guest house – um ambiente de hospedagem para os moradores acomodarem seus convidados. Os dois volumes têm linguagens diferentes que representam sua localidade, na visão do arquiteto. E na cobertura das torres, ambientes de convivência, com vista para a cidade.
A preocupação com o bem-estar dos moradores e com o entorno, propondo ambientes mais amigáveis à cidade, mostra um compromisso raro no mercado da construção civil. Não à toa, o D/Sense recebeu nota máxima na Certificação Fitwel, que reconhece edifícios que promovem ambientes saudáveis para seus ocupantes, com estratégias cuidadosamente elaboradas para otimizar o ambiente e favorecer o bem-estar. Pode-se dizer que a certificação é uma evolução de um guia de boas práticas de projeto para saúde e bem-estar, criado pelo Center for Active Design (CfAD) dos Estados Unidos.
Showroom
Inaugurado em novembro, o showroom do D/Sense está aberto para visitação. São dois espaços: a primeira parte, um corredor onde três telas reproduzem os rituais diários dos futuros moradores, com um passeio no parque, uma pausa para o café e prática de exercício físico. Já no segundo espaço, a Dimas Construções mostra imagens exclusivas do projeto.
Fonte: com assessoria de imprensa.