Em 2020, quase tudo teve que se adaptar a pandemia da Covid-19. Não foi diferente com uma das principais premiações do circuito de artes de Santa Catarina: o Prêmio AF de Arte Contemporânea. A mostra coletiva dos finalistas Anna Moraes, Edson Macalini e Jan M.O. será virtual e acontece na Fundação Cultural Badesc pela segunda vez em parceria com a Aliança Francesa de Florianópolis. A abertura será no sábado (12), às 14, em transmissão ao vivo pelo canal da Fundação Cultural Badesc no YouTube, quando será anunciado o grande vencedor/a: uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
Em comum, os três selecionados têm uma trajetória consistente e trabalhos pautados em experimentações de diferentes linguagens e suportes: desde o desenho até processos manuais e experiências industriais, passando por instalação, videoarte, fotografia e intersecção entre arte e natureza.
— Os artistas selecionados têm uma sensibilidade diferente e uma maneira única de considerar a arte. E o Prêmio AF vai oferecer a eles entrada e visibilidade no mundo artístico de Santa Catarina. Além disso, o ganhador terá a oportunidade de encontrar artistas de diferentes lugares e fontes de inspiração com a residência na Cité Internationale des Arts, em Paris, e voltar para o Brasil com ainda mais bagagem — comemora Marilyn Pelicant, diretora da AF Florianópolis.
Para Eneléo Alcides, diretor da Fundação Cultural Badesc, a exposição ocorre em um período muito singular, com os espaços culturais em Santa Catarina fechados ao público em razão da pandemia.
— Mesmo assim, a Aliança Francesa de Florianópolis e Fundação Cultural Badesc decidiram montar a exposição nos espaços Fernando Beck e Paulo Gaiad e transmitir virtualmente tanto as obras quanto conversas com os artistas selecionados — diz ele.
Exposição híbrida
A sétima edição do Prêmio AF de Arte Contemporânea inaugura um formato de exposição híbrido na Fundação Cultural Badesc. As obras dos artistas serão montadas no espaço expositivo da instituição, na Capital, ainda que a portas fechadas. Na abertura, os três finalistas participam de um bate-papo e o público poderá interagir e fazer perguntas.
A mostra permanecerá montada até final de janeiro a portas fechadas, mas a visita virtual será possível a qualquer dia e horário pelo site da instituição até 28 de janeiro.
A artista Anna Moraes, de Florianópolis, apresenta o resultado de uma pesquisa sobre lugares que possuem o nome Anna, visitados e percorridos virtualmente por ela durante o isolamento social. Essas e outras questões se traduziram em desenhos, objetos, vídeos e esculturas que evocam as possibilidades da representação da linha — tanto no papel quanto no espaço. Já Edson Macalini, de Palhoça, apresenta desenhos, fotografias, objetos e instalações. Ele aborda principalmente a questão da natureza devastada, seus riscos e capacidade de regeneração. Por fim, de Joinville, o artista Jan M. O. exibirá vídeos, objetos, máquinas e mecanismos de poesia visual, numa abordagem sobre como as tecnologias que intermediam as relações humanas como redes colaborativas.
Conheça os finalistas
Anna Moraes (1988) | Florianópolis
Anna Moraes é artista visual, doutoranda em Processos Artísticos Contemporâneos e mestra em Artes Visuais pela Udesc. Pesquisa diferentes entendimentos acerca do desenho contemporâneo. Seu processo artístico é pautado na investigação de possibilidades do desenho por meio de linhas, traços, fios e territórios que dialogam com a paisagem. Com o isolamento social de 2020, passou a pensar possibilidades de se desenhar junto, ainda que isolados, adentrando a linguagem da videoarte. Também criou uma coleção e catalogação de paisagens vistas da janela de casa em desenho e em caixinhas de acrílico. Anna foi finalista da edição 2019 do Prêmio AF de Arte Contemporânea e já foi contemplada com o Prêmio do Júri no Salão Nacional da Quarentena (2020). Também participou da Bienal Internacional de Curitiba (2019), entre outros reconhecimentos.
Edson Macalini (1983) | Palhoça
Edson Macalini é doutorando e mestre em artes visuais pela Udesc. Já mostrou seu trabalho em exposições, além de ter participado de residências artísticas, feiras e produções em coletivos de artistas. Seu trabalho envolve ações e movimentações que correlacionam artes e natureza, como uma arqueologia dos lugares onde viveu e visitou. Sua obra reflete o interesse pelas relações entre arte e natureza, biologia e arqueologia, política e meio ambiente urbano, rural e modos de vidas humanas, animais, plantas e culturas.
Jan M.O. (1986) | Joinville
Jan M.O. é artista visual, ilustrador e graduado em design gráfico e programação visual. Nasceu no Rio de Janeiro e mora em Joinville desde 2005. Já exibiu suas obras em exposições, coletivas, bienais e salões em vários estados do Brasil e países como Colômbia e Espanha. Há mais de 15 anos explora técnicas do desenho e, recentemente, passou a pesquisar as práticas da gravura e a criação de objetos. Sua produção utiliza tanto os processos manuais quanto as experiências industriais na elaboração de obras tridimensionais ou na multiplicação delas. Seu trabalho explora diferença e repetição, palavra e imagem. Seu processo artístico passa pela possibilidade de pensar novos aparatos e meios — imagéticos, móveis, estáticos ou abstratos.
O Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2020 é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio da ENGIE. Apoio do Consulado da França em São Paulo, do Institut Français, do Institut Français do Brasil e da Fundação Cultural Badesc. A produção é Marte Inovação Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Agende-se
Exposição 7º Prêmio AF de Arte Contemporânea 2020, com Edson Macalini e Jan M.O.
Quando: abertura – 12 de dezembro, às 14h. Visitação virtual até 28 de janeiro de 2021
Onde: Canal da Fundação Cultural Badesc no YouTube (abertura). Visitação até 28/1/2021 pelo site da Fundação Cultural Badesc
Quanto: gratuito