Promover a produção artística catarinense é o que impulsiona a obstinada artista e curadora Juliana Crispe, que em abril recebeu o convite para participar do Polo SC da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba. “Santa Catarina historicamente esteve à margem dos Estados do Sul, sabemos que é um processo cíclico e que envolve apoio governamental diante da cultura produzida em nosso estado. Nos últimos anos estamos sendo mais vistos e a nossa produção tem muita qualidade”, diz Juliana, que assumiu o desafio da curadoria junto com a produtora Francine Goudel e a professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Sandra Makowiecky.
Com pouquíssimos recursos – sem remuneração e fora dos prazos para participação em editais de incentivo à cultura – o trio está organizando um grande panorama da produção atual de artes visuais, com exposições coletivas e individuais, performance e também dando visibilidade a outras linguagens como música, artes cênicas, dança e literatura (veja a programação aqui). Elas contam com parcerias institucionais, com artistas independentes, mídia e algumas empresas privadas.
Este importante movimento nas artes iniciado em 2017, quando houve a primeira participação dos catarinenses na Bienal de Curitiba, ganha força e reconhecimento em sua segunda edição regional. “Esta Bienal é uma das mais importantes do país, juntamente com a Bienal de São Paulo e a do Mercosul, que acontece em várias cidades e países e neste ano traz o conceito Fronteiras em Aberto, ampliando as margens, rompendo territórios e linguagens fixas, permeando outros campos como arquitetura, literatura, musica”, explica Juliana, que recebeu este ano o Prêmio Jovem Curador da Bienal de Curitiba. Sandra também tem no currículo o Prêmio Gonzaga Duque (crítico pela atuação durante o ano ou publicação – filiado), da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), ganho em 2014.
FRONTEIRA EM ABERTO
“A ideia de fronteira já não pertence só ao território, à geografia política. Há tempos que se expandiu conceitualmente e faz parte de um universo maior de questões mais abrangentes e, sobretudo, mais transversais”, escrevem os curadoras da Bienal, Adolfo Montejo Navas e Tereza de Arruda. A situação de novos agrupamentos socioespaciais, territoriais, assim como de novas experiências artísticas de arte-fronteira, presença de artistas nômades ou deslocados de sua origem ajudou a definir a temática da Bienal de Curitiba de 2019, criando sedes parciais e convergentes em outros estados e países.
A 14ª Bienal Internacional de Curitiba, que tem como presidente Luiz Ernesto Meyer Pereira, sobrinho do artista catarinense Meyer Filho, será realizada em 27 cidades de 11 países da América do Sul e Europa. No Brasil, terá sede nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, no Paraná; no Distrito Federal; São Paulo capital; e Florianópolis, em Santa Catarina. Oito locais da cidade estarão recebendo as exposições, de julho a dezembro de 2019. “Acreditamos que a proposta de parceria com o evento internacional gera um intercâmbio entre os visitantes do país, promove a profissionalização do setor, bem como a visibilidade dos artistas que aqui produzem e as instituições que fomentam tal produção”, afirma as curadoras do Polo SC.
ESPAÇOS CULTURAIS DO POLO SC
Os espaços culturais que abrigarão o Polo SC são: Museu de Arte de Santa Catarina – MASC, Museu da Escola Catarinense – MESC, Fundação Cultural BADESC, Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, Memorial Meyer Filho, Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza, O Sítio e NaCasa – Coletivo Artístico.
Sobre a Bienal
A Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba surgiu em 1993. Em 1997, iniciou suas atividades itinerantes por diferentes Estados do Brasil e países da América Latina, trabalho que mantém até hoje. Em 2007, 14 anos depois, foi realizada a primeira edição temática, com obras relacionadas a “Narrativas Urbanas”, e diversificada a programação, incluindo performances e interferências urbanas, mostras de filmes de arte, cursos e mesas redondas sobre arte contemporânea. Nos anos de 2009 e 2011, a Bienal de Curitiba criou programações e circuitos educativos, com o objetivo de democratizar o acesso à cultura e a arte contemporânea.
Quando completou 20 anos, em 2013, foi consagrada como um dos mais importantes eventos de arte contemporânea do circuito mundial. Desde 2007, inclui atividades audiovisuais e literárias em sua programação e dessa iniciativa nasceu o Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba e a Curitiba Literária, que integram a programação da Bienal de Curitiba.
VISITANTES
Na edição 2017, a Bienal de Curitiba teve o título “Antípodas – Diverso e Reverso” e contou com a participação destacada da China como país homenageado. Além disso, a Bienal de Curitiba recebeu a participação de um total de 435 artistas de 43 países dos cinco continentes. Esta edição contou com mais de 1 milhão de visitantes do Brasil e do mundo nos mais de cem espaços ocupados pela Bienal em Curitiba e em outras cidades do Paraná, Santa Catarina, Argentina e Paraguai.
Apoio –Abrasabarca, portal ArqSC, Associação de Doulas de Santa Catarina – ADOSC, BADESC, Banco do Brasil, Casa Luanda, Coletivo NEGA, Compor, Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres – CMPPM, Cores de Aidê, ER, Fatto a Femme, Fundação Catarinense de Cultura – FCC, Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes – FCFFC, Governo do Estado de Santa Catarina, Guerrilha Produtora, La Kahlo Bodega, Portal Catarinas, Prefeitura Municipal de Florianópolis – PMF, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude
Patrocínio – RICTV, Farmácia Ponta do Goulart, Kideki Salão de Beleza e Sex Shop, Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza, Gika Voigt produz
Mídia Partner oficial do evento – RIC TV
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