Projeto capitaneado por Thaís Corrêa, da Cor Arquitetura, de Laguna-SC, celebra os 25 anos da marca Casa Prates no mercado imobiliário Curitibano. O Pavilhão Araucária é uma confluência de saberes e da produção criativa de dois territórios: moderno e tradicional, que se traduzem em um ambiente fluido e convidativo. O generoso espaço é a segunda colaboração entre a imobiliária e a arquiteta lagunense para a CASACOR Paraná. Buscando no lar um lugar de pertencimento, acolhimento e referência, o projeto se lança para além das dimensões do material da casa.
A proposta parte de um ambiente multiuso de planta livre para projetar o Pavilhão, pensado como um manifesto para que nossas raízes sejam uma fonte inesgotável de sabedoria, sustentabilidade e afeto. Seu diálogo entre formas puras e elementos com história semeia um espírito de inovação, utilizando aprendizados do passado para construir novas visões de futuro.

Modernismo em perspectiva
A pesquisa para o Pavilhão Araucária aprofundou-se em ambientes íntimos, multifuncionais e no resgate da produção moderna brasileira. O ambiente proporciona olhares modernos do sul, baseado na referência de Vilanova Artigas e em elementos populares paranaenses e catarinenses, que se contrastam com produções contemporâneas de Jader Almeida, Antonio Maurício e Adriana Delgado.
“Criamos uma ponte entre as expressões modernas dos anos 1960 e 1970 e os modos de habitar tradicionais. Para o projeto, trazemos o aprendizado da exploração de volumes envidraçados, espaços livres e pavilhões do modernismo em diversas escalas. Ao mesmo tempo, reverenciamos a pesquisa das técnicas populares nos detalhes de madeiramento e pedras.”
O ambiente traz para a CASACOR Paraná a história do olhar inovador da arquitetura moderna brasileira com a valorização de talentos nacionais. A criatividade modernista e poética é evocada na confluência de linhas retas e curvas, que permitem fluidez e formas atemporais ao Pavilhão.
O percurso proposto ao visitante narra a integração do interior com exterior em graus de intimidade, conduzindo-os desde o acesso com o fogo de chão até o estar multiuso. Na parede e mobília, madeiras como a Itaúba e pedras brutas dão o tom aquecido do ambiente. A sensação de acolhimento é alcançada com materiais brutos em madeira, pedra e tijolo, uma varanda com lareira de chão e um projeto de iluminação intimista.
Sustentabilidade, arte e transversalidade
O reuso é central como conceito de sustentabilidade do projeto. O Pavilhão foi concebido a partir de materiais e técnicas de fácil montagem e desmontagem, como estruturas metálicas e as lonas tensionadas. Essas estratégias permitem a adaptação futura do ambiente em outros usos e cenários para além da CASACOR Paraná.
A proposta carrega uma curadoria apurada de mobiliário assinado, com peças originais da década de 60 e 70 restauradas para a mostra, e obras de arte comissionadas exclusivamente para o ambiente. Dentre elas, destacam-se poltronas originais de Sérgio Rodrigues e o painel de “Quando o voo toca a terra” de Rômulo Lass, em que símbolos locais se misturam na azulejaria, como as sementes de araucária, a gralha azul e a paisagem.
Na escala do mobiliário, o restauro de peças originais, além da valorização do design brasileiro, acena para o investimento atemporal em peças duráveis que evitam o descarte e provocam para modos de consumir mais conscientes. No Pavilhão Araucária, o conceito de sustentabilidade é transversal: expressões do passado que permanecem no presente.
