Nos últimos 50 anos diversas cidades brasileiras sofreram um processo intenso de crescimento urbano, decorrente, principalmente, dos investimentos econômicos e industriais, tanto privados como estatais, além do próprio crescimento populacional.
Recife é uma cidade emblemática neste aspecto: localizada no Nordeste brasileiro, ela foi considerada, ainda durante o período colonial, como uma importante área de interesse comercial. A consolidação da produção açucareira, a desestruturação de Olinda e a construção de importante rota de escoamento por meio de seu porto em direção ao mercado europeu, fizeram com que ela se destacasse como um importante núcleo urbano.
Ao longo dos 8 Km da orla, permeiam-se harmoniosamente espaços públicos com parques infantis, campos de futebol, quadras poliesportivas, quadras de basquete e de tênis, módulos de musculação, de informações turística, quiosques, ciclovia, pista de corrida revestida de asfalto ecológico/anti-impacto, quadras de bocha, academias ao ar livre, equipamentos específicos de atividades físicas para idosos, banheiros públicos, pistas de skate e bolsões de estacionamento.
O projeto de Barros Lima Arquitetura contempla uma das áreas mais movimentadas da Avenida de Boa Viagem. Todos os equipamentos públicos são permeados com corredores de boulevard arborizados, valorizando a beleza natural envolvida e o entorno urbanístico planejado.
Os espaços públicos de lazer contribuem, significativamente, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e oferecem benefícios aos usuários. Além disso, proporcionam suporte social, pois possibilitam uma atratividade para a família e resultam em uma maior integração entre a comunidade e o espaço.
Ao fazermos um paralelo com a Beira-Mar de Florianópolis vemos o quanto estamos atrasados nesta questão. Temos excessiva carência em diversificar e disseminar equipamentos que façam relação com a cidade e sejam pensados para as pessoas. A falta de um “grande plano” nos restringe ao mero convívio da praia como forma de contato com a borda d’agua. Temos a diversidade natural, mas nos faltam políticas públicas e sobretudo engajamento social para as devidas transformações.