Do instagram para o Portal para documentar a ação que ainda reverbera em mim e repercute na comunidade. “Muitas cidades conformam uma cidade. Qual delas você habita?” foi o primeiro evento proposto por mim para integrar a programação do Festival de Arquitetura de Florianópolis, que aconteceu em junho, promovido pela Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura – AsBEA-SC. Durante a caminhada, o artista e psiquiatra Marcelo Fialho propôs que as pessoas fossem percebendo a #acidadequehabitaemmim e compartilhassem com o grupo ao final do percurso. Alguns pegaram o microfone e falaram, outros escreveram e esse registro está sendo postado na minha conta do instagram. O bacana é que esta ação coletiva não tem data para terminar, envolve quem participou do evento, mas não só, traz junto quem vê na cidade um espaço de manifestação livre, democrática e inclusiva, e quer contar a sua história.
A cidade também tem som e o artista e designer Sandro Clemes nos brindou com a playlist Vertigem Visionária
Foi forte, especial, bonito. A gente milita, critica, se indigna mas precisa da mística, da subjetividade, do abraço. Necessita de ações que articulem formas sensíveis de perceber a cidade. O centro leste é o lugar do vivido.
Por isso, a caminhada de sábado passado, “Muitas cidades conformam uma cidade. Qual delas você habita?”, que integrou o Festival de Arquitetura de Florianópolis, foi uma celebração do encontro. Escutamos diferentes pensamentos sobre um território em disputa e o percurso também foi uma forma de experienciar a cultura da rua acompanhado de vozes reflexivas da cena urbana.
Porque refletir sobre a cidade que habita em cada um de nós é ainda melhor quando a caminhada é coletiva. Ir junto é ainda melhor. E junto escutamos e falamos sobre subjetividade, provocado pelo artista e psiquiatra Marcelo Fialho que lançou uma questão para as pessoas pensarem durante o percurso e compartilharem no final: #acidadequehabitaemmim com a # para documentar.
Aprendemos com Denilson Machado, presidente do Instituto Arco-íris, a potência de uma instituição que existe há mais de 20 anos atuando com pessoas em situação de vulnerabilidade social e sua luta contra a gentrificação, a histórica tentativa de expulsão da região. E foi ali nas esquinas da João Pinto com a Travessa Ratclif que nos indignamos com o futuro apagamento de uma camada da história com a retirada do piso que registra notas da música de Zininho e uma frase escrita por um artista.
Com a Miriam Santini de Abreu, doutora em jornalismo, fica claro como a informação cria narrativa sobre a cidade a partir do ponto de vista de grupos hegemônicos. Miriam pesquisou durante 10 anos a cobertura jornalística do jornal ND sobre a Avenida Hercílio Luz, que resultou no trabalho “Etnografia de e na rua: desvelando a cidade na cobertura jornalística”.
Agradeço as dezenas de pessoas que foram em busca de vozes que apresentem novas perspectivas. E sigamos junto!
Fotos do grande amigo Fernando Willadino
- Lançamos a ideia da escrita usando a #acidadequehabitaemmim como forma de documentar as escritas e permanecer com o debate aberto para futuras ações, porque falar sobre a cidade é necessários e urgente.
- No feed do meu instagram pessoal já postamos alguns escritos e iremos postar outros que ainda estão chegando. Mesmo que você não tenha participado da caminhada, se quiser escrever, envia uma mensagem pra mim no instagram.
Escritos e um vídeo já publicados: