Há anos a dupla Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting idealizou a Strangloscope – Mostra Internacional de Áudio, Vídeo/Filme e Performance Experimental, em Florianópolis, trazendo nomes internacionais de referência para participar de oficinas e debates, além da curadoria de filmes internacionais e nacionais. Em 2020, a mostra de arte experimental não aconteceu porque, como muitos, eles bugaram – nós também. O que fazia sentido num momento pandêmico de incertezas? “Ficamos paralisados, nos sentimos totalmente incapazes de pensar, neste primeiro momento, numa mostra que não poderia mais ter lugar de modo presencial e numa situação tão caótica e imprevisível como é a destes tempos pandêmicos”, escreveu o duo no site inaugurado especialmente para receber a 13ª edição da mostra de arte experimental, este ano totalmente online, que acontece entre os dias 19 a 27 de março.
O tema não poderia ser mais pertinente ao momento: Antropoceno ou como apagar o rastro humano do planeta. É um grito lançado no meio virtual. “Somos uma sociedade que definha pelo abuso e prepotência das atividades que ignoraram a natureza, as fontes de vida e a sabedoria dos povos originários para fomentar um capitalismo cruel, colonialista, territorialista, obstinado em lucro imediato a qualquer custo mesmo que o da extinção da vida humana no planeta. Nossa mostra apresenta este tema para estarmos vibrando coletivamente neste momento. Se não conseguimos mudar as coisas como são ao menos gritamos alto e juntos”, argumentam.
Anota na agenda: serão dias intensos no ambiente online, com seleção de filmes e programação com oficinas. Faça sua inscrição aqui.
A imagem que ilustra este post é do filme Curupira, creature of woods, de Félix Blume, artista sonoro e engenheiro de som que vive e trabalha atualmente entre o México, Brasil e França. Nós já assistimos e nos emocionamos com este thriller em meio a selva que procura refletir sobre os mitos e seu lugar no mundo contemporâneo.