Esguia, atenta, discreta, olhos escuros extremamente observadores, ela tem apreço pelo silêncio. Juliana Crispe, 35 anos, nascida em Florianópolis (SC), com infância vivida no bairro Prainha, é daquelas mulheres que pouco falam. Muitas em uma só, é artista, arte educadora, curadora, com formação acadêmica no Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), mãe de Lia, colecionadora, feminista e gestora do Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza e do projeto Armazém.
Afirmá-la como workaholic, portanto, recai quase no óbvio. No entanto, não espere encontrar alguém fora do aqui e agora. Estável nas emoções, com capacidade de escuta, seu radar busca o tempo todo o coletivo, a aglutinação de pessoas, razão pela qual é possível pensá-la como um corpo múltiplo. Conhecedora da produção de arte de Santa Catarina, provavelmente é hoje a pessoa no Estado que mais conheça esse campo de saber numa cuidadosa relação construída com os artistas.
Na produção artística, é dona de uma poética que se situa nos paradigmas do arquivo, da memória, do feminismo e das publicações de artistas, trabalhos múltiplos, ou seja, os que permitem tiragens. A conquista do principal prêmio de artes visuais no Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2017 permitirá catalogar e criar o site do projeto Armazém idealizado em 2011. A catalogação e o site irão ampliar as possibilidades de pesquisa em torno do acervo de trabalhos/múltiplos de artistas nacionais, internacionais e representações regionais expressivas de Santa Catarina. A coordenação do Armazém envolve, além de Ju Crispe, as artistas Duda Desrosiers, Fran Favero e Joana Amarante, além da produtora cultural Francine Goudel.
Nesta reflexão, Ju Crispe analisa o circuito, seus atributos e fragilidades, o papel do curador e os cuidados que devem ser adotados nesse exercício profissional. Autoconsciente, pensa sobre a própria atuação. “Estou sempre pensando no que sou e o que não quero ser, mas sempre na impermanência, sempre na busca, sempre em processo inacabado”, diz.
Néri Pedroso
NP – Qual a importância que assume a mudança de endereço da casa do Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza neste momento? De que modo uma casa tombada se alia aos interesses e compromissos do Projeto Armazém, uma das iniciativas vinculadas ao espaço?
Juliana Crispe – Em primeiro lugar, a constante da resistência. A potência de uma memória ativa, viva, de um espaço ocupado, habitado, vivido e transformado. Uma resistência e re-existência. O Projeto Armazém e o Coletivo Elza tem um pensamento semelhante ao processo de tombamento da casa, o de salvaguarda de legados e permanência da história. Essas questões são tratadas contemporaneamente primeiro através da projeção de um futuro com base em um legado. Essa constituição pode ser com base no Coletivo, que enxerga principalmente a construção na mulher, nas ações do feminismo, e aí já há forte conteúdo de resistência, como mesmo no ponto de vista histórico de ocupação de uma casa tombada, reforçando esse lugar de potência e permanência da história no presente. A questão da conservação da história do cenário catarinense é importantíssima para nós. Assim como os panoramas e patrimônios vão sendo modificados, perdendo sua característica e história, vamos perdendo conjuntamente esse legado, uma história que é nossa. Nesse sentido, o Armazém tem uma relação direta com o patrimônio de Santa Catarina, a de tentar pensar além do objeto obra, múltiplo, publicação de artista, pensar também na construção de um cenário da arte local, na exposição e passagem de alguns artistas contemporâneos de diferentes localidades do Estado. Casa e coletivo mutuamente se contaminam, e se transformam, transmutam, no sentido de que só entende o futuro aquele que entende o legado daquilo que recebe.
NP – Num mundo e tempo tão conturbados, como situa o papel da arte?
Ju Crispe – Imprescindível nossa resistência. Vemos constantemente nos últimos tempos a tentativa de derrubar a arte e outros meios que são atravessamentos pulsantes que mexem com a população, que a fazem pensar sobre, interrogam, colocam o dedo nas feridas. Vejamos: em 2016, a medida provisória nº 746 que implanta a tentativa de retirar a obrigatoriedade do ensino de arte do currículo escolar. Não apenas um retrocesso, bem como anuncia o medo que os políticos têm de tudo que nos faz pensar. Ana Mae Barbosa, grande referência na arte educação brasileira diz que “a arte ajuda a criar um ensino ativo”. Acredito muito neste movimento! Arte e vida! Ela ainda alerta: “Querem uma geração fácil de manipular”. A arte retorna ao currículo pela ampla luta dos arte educadores reunidos na Federação de Arte Educadores do Brasil (Faeb) que, em abril de 2016, conseguiram fazer aprovar no Senado a obrigatoriedade de música, teatro, artes visuais e dança, antes não incluída. Porém em 2017 retiram do ensino médio a obrigatoriedade do ensino de artes e também incluíram a questão relacionada ao Notório Saber, que permite profissionais sem diplomas específicos ministrarem aulas desde que os cursos estejam ligados às áreas de atuações destes profissionais (sem dizer quais são os pontos avaliativos que medem essas atuações). Chegamos em 2017 com toda a questão do nu em museus, movimento implantado para que a sociedade desvalorize a arte e se afaste ainda mais dela. Todo o caso, ainda reverbera dúvidas no povo e faz um desserviço para a aproximação e formação de público. Agora, por último, temos a questão da Profissão Artista que, com a relatoria da ministra Carmem Lúcia em 2013, tem um dispositivo que questiona a obrigatoriedade de diploma ou de certificado de capacitação para registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício das profissões de artistas e técnicos em espetáculos. A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) é uma forma de esvaziar o sentido do Registro Profissional (DRT), desvalorizar a atividade artística.
NP – Quais seriam os impactos?
Ju Crispe – Benefícios garantidos por lei, como aposentadorias, auxílios-doença e maternidade, ficariam em xeque. Isso tudo nos faz pensar o quanto a arte conta muito do seu tempo, registra história e se torna resistência. E o que querem apagar é exatamente a história podre que nos encontramos, mas, na era da tecnologia, impossível! Cada ação repercute com uma velocidade assombrosa. Por mais que tentem apagar, criar notícias, histórias inverídicas, estamos aí para contar o que nos abala, tira nosso chão. Precisamos de mais afetos alegres, pois o que querem de nós é implantar os afetos tristes, estes, segundo Deleuze, não nos deixam agir. Também segundo o autor, a partir da leitura de Malraux, a “arte é a única coisa que resiste à morte”. Ela está aí para nos tirar da alienação, para trazer poesia à vida, para dar soco no estômago, acordar para tudo o que está em volta e também para fazer acreditar que, se já saímos de tantos períodos históricos ruins, novos tempos virão. Devemos acreditar e lutar. Mesmo que em micropolíticas, devemos acreditar e lutar por dias melhores.
NP – Pessoa que circula por todo o Estado, você é apontada hoje como uma das pessoas que melhor conhece a produção de Santa Catarina. Tem um papel de curadora, professora, artista e gestora. Como avalia a cena – quais as potências?
Ju Crispe – Vejo o quanto a gente não se conhece. Eu mesma acho que conheço tão pouco, queria ter tempo para conhecer mais e mais. A cada cidade, a cada artista, grupo, coletivo que encontro, percebo toda a potência que o Estado tem. Há um número impressionante de artistas atuantes e com trabalhos muito, muito bons. Uma grande concentração na Capital, mas precisamos de mais interação para dar visibilidade a todos e não apenas aos que se encontram na Grande Florianópolis. Difícil mensurar cada lugar, mas tem muita arte boa sendo feita. Se pensarmos em projetos como o Pretexto e o Confluências, ambos do Serviço Social do Comércio (Sesc), além de outros, vemos o quanto essas ações são necessárias, capazes de produzir grande movimento de circulação e troca entre artistas e produtores de arte pelo Estado. Diante da crise, elas se tornaram escassos. Vejo também que o crescimento é bom e importante, mas para que possamos alçar novos voos precisamos nos profissionalizar mais.
NP – Há algo a deplorar neste cenário em SC?
Ju Crispe – Sim, claro que há problemas e muitos. O quanto não sabemos distinguir as funções? Ou até mesmo não sabemos de suas existências. Uma grande base na minha formação foram os anos de trabalho em projetos distintos no Museu Victor Meirelles (MVM), em Florianópolis. Agenda Cultural, Arte educação, entre outros. Durante anos, os cursos no MVM foram base de formação de todo o setor e me ajudou muito. Acredito que esse espaço tem muito a dizer sobre minha formação em diferentes áreas da arte e até mesmo, em 2009, a ponte para o acesso à formação fora, como cursos no Itaú Cultural e a interlocução com a gerente de educação cultural Renata Bittencourt. Não sabemos distinguir o que é um curador, o que é um conselho curatorial, o que é uma orientação artística, o que faz uma produção, o que é curadoria educativa, curadoria de montagem e assim por diante. Precisamos estar mais atentos em cada dispositivo, em cada sujeito, em respeito a cada área, como engrenagens de um sistema que faz o todo funcionar bem. Precisamos levar nossas ações com mais profissionalismo e valorização.
NP – Como define o papel do curador? Como delimita as suas múltiplas ações? O que mais gosta de fazer?
Ju Crispe – O exercício da curadoria tem por objetivo determinar conceitos e conteúdos de exposições, normalmente obtido por meio de agrupamentos e articulações de semelhanças ou diferenças visuais. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do qual, funcionando como fio condutor, elabora-se o processo para obtenção de um pensamento ou interrogações presentes em cada exposição. Tomo muito cuidado nas curadorias de exposições individuais que realizo para ouvir a voz do artista. Estamos ali em parceria, mas ele é o organismo vivo produtor (seja ele vivo ou não)…rsrsrs… Difícil medir o que mais gosto de fazer. Gosto do híbrido que, para alguns, é tão difícil compreender. Construí minha formação no bacharelado em artes plásticas, fiz licenciatura em artes visuais, mestrado em processos artísticos contemporâneos e doutorado em educação. Agora, fazendo pós-doutoramento vejo todos esses elementos refletidos no projeto Armazém: arte, educação, ser artista, curadora, etc. Essa é minha formação que ajuda a deformar (no bom sentido) todas as formas estanques e preestabelecidas na arte. São 16 anos em processo, quase nada na verdade e muito ainda por vir. Estou sempre pensando no que sou e o que não quero ser, mas sempre na impermanência, sempre na busca, sempre em processo inacabado. Quando alguém diz, você não é educadora, por exemplo, eu penso no que nos molda. Ter passado por tantas experiências no setor educativo, dar aula em escola pública, passar por quase todos os espaços de arte como arte educadora não faz de mim uma educadora? Qual é a régua que mede? É uma experiência-ação ou apenas textos que por vezes ficam esquecidos em um canto qualquer da internet? Quando dizem, você não é artista! O que pensamos como processo criativo? O que faz um artista (hoje), como indaga o pensador francês Nicolas Bourriaud. O quanto tudo isso reflete no processo curatorial? Todas essas funções têm um peso, mas prefiro me ver nesses atravessamentos…
NP – Em termos de mercado artístico é possível afirmar que o circuito de SC se debate entre uma noção pública de que o trabalho artístico não precisa ser remunerado (a velha fala de que a instituição já dá o espaço) e, ao mesmo tempo, que uma obra, um múltiplo ou não, é caro. Como ultrapassar esse impasse?
Ju Crispe – Como já mencionado, sem dúvida precisamos compreender o circuito de Santa Catarina de forma mais profissional e isto também diz respeito à valorização de cada trabalho, de cada processo criativo, de cada organização. Difícil no Estado manter-se como um profissional da área de forma autônoma e quando os artistas, curadores, produtores, educadores, procuram ações para realizarem seus trabalhos, muitas vezes nos é colocado como um favor a questão da gratuidade do espaço. Muitos que também estão dentro de instituições têm seus trabalhos engessados por falta de apoio e verba, faltam os devidos profissionais para cada setor. Isto faz com que existam editais em que não há pró-labore, exposições que não há recursos e assim por diante. Continuamos a fazer como forma de resistência. Fazemos muito, muito sem remuneração nenhuma! Outros setores são mais organizados e precisam de verba para que as coisas aconteçam. Como produzir um espetáculo sem verba? Como produzir um filme sem remuneração nenhuma? Artes visuais produz muito sem verba nenhuma! A verba vem do artista e do desejo que sua obra circule. Sempre tivemos uma lacuna no Estado. Muitos colocam a culpa nos artistas, na não organização do setor. Mas historicamente a não valorização da arte pelos meios públicos, a falta de editais, a falta de projetos culturais nas escolas dizem muito sobre essa questão.
NP – E sobre compra e venda de trabalhos artísticos?
Ju Crispe – Sobre a aquisição de uma obra, por mais singular que ela seja, esse ponto se ampliou nos últimos anos. Com as feiras de impressões, com a Faferia e outras ações, é possível perceber também o processo formativo e democrático para com o público que se interessa em levar algo consigo. Até 2015, as feiras que organizávamos tinham uma grande adesão enquanto venda. Dos últimos anos para cá as vendas ficaram mais fracas, acredito que também pela crise econômica brasileira. Vejo a condição do múltiplo como algo acessível para muitos. Mas caímos também em contradição de certa forma, hoje vemos que muitas obras criadas por artistas, para serem gratuitas ou vendidas com preços acessíveis, retornam ao mercado com outros valores impostos pela historicidade do artista ou da obra em seu contexto.
NP – Como curadora, quais os projetos que te envolvem em 2018?
Ju Crispe – Há algumas exposições firmadas por editais em que me encontro na curadoria e outras que surgem a partir de convites. Por edital, vou integrar a Rede Sesc de Galerias que propõe a circulação com as mostras “Do Porão ao Sótão”, de Ana Sabiá (São Bento do Sul e Joinville), “Vermelhos”, de Ilca Barcellos (Joaçaba e São Bento do Sul), “Entranhas”, de Silvana Macedo (Itajaí e Lages). Em Itajaí, no edital da Casa de Cultura Dide Brandão: “Do Porão ao Sótão”, de Ana Sabiá, “Vermelhos”, de Ilca Barcellos; “De Tanto que se Vai, Algo Fica”, de Isadora Stähelin, “Projeto Armazém”, com curadoria de Juliana Crispe, Kim Coimbra e Sarah Uriarte. Na Fundação Cultural Badesc: exposição coletiva “Irrupções Geográficas – Transbordamentos Possíveis”, com a parceria de Claudia Zimmer na curadoria/organização e a participação dos artistas Ana Sabiá, Daniele Zacarão, Eliana Borges, Fabíola Scaranto, Fran Favero, Helene Sacco, Hélio Fervenza, Juliana Hoffmann, Maria Ivone dos Santos, Raquel Stolf e Sandra Favero. No edital de exposições da Unesc Espaço Cultural Toque de Arte em Criciúma: exposição “Ficções Polaróides, de Joana Amarante. Na Galeria Municipal de Arte Dalme Rauen em Chapecó: a exposição “Diga (me) Onde Tua Liberdade Repousa”, de Sonia Loren. Convites para curadoria: exposição em homenagem a Cléa Espindola, organizada pela Associação de Artistas Plásticos de São José; O Sítio, exposição “Teia de Afetos”, de Silvana Macêdo; No Museu da Imagem e do Som (MIS), no Centro Integrado de Cultura (CIC), exposição “Intraduzível” de Silvana Macêdo com colaboração de Henna Asikainen, Frederico Macedo e Reza Tavakol. Exposição contemplada pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo a Cultura 2017; no Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza, exposição “Réquiem”, de Silvana Macêdo e Henna Asikainen.
NP – Ju Crispe já se sente uma colecionadora?
Ju Crispe – Sempre me vi como uma pessoa que desde criança “colecionava” muitas coisas com significados afetivos: borboletas, mecanismos de caixa de música, pequenezas, algo que, ao longo do tempo, tentei me livrar. Mas, logo que iniciei o curso de artes, isso retornou em um movimento com as obras realizadas pelos colegas, tidas como apenas “papeizinhos” e que por vezes eram jogadas fora por eles mesmos. Peguei o hábito e o desejo de realizar essa coleção de impressões, de múltiplos, primeiramente das pessoas próximas e expandindo para outros artistas com os quais tinha contato, conhecia e gostava do trabalho.
Quando o primeiro Armazém foi realizado, já tinha uma boa coleção e com o passar de cada edição, fui colecionando e garimpando ainda mais. Desde obras com tiragem muito baixa, obras difíceis de achar e produzida por pessoas próximas, que se vê hoje em dia só no Armazém, ou obras que historicamente tem uma importância pelo seu autor ou por ela mesma. Minha casa é tomada por obras por todas as paredes, não só obras em formato de múltiplo, mas tenho outros trabalhos de artistas que admiro, como pintura, desenhos, diversas linguagens. Assim, arrisco dizer que coleciono, mas uma coleção que se constrói pela via da afecção, daquilo que me atravessa. Com o Armazém também aprendi a pensar no olhar do público, daquilo que poderia ser interessante para os outros verem, conhecerem, terem contato. O Armazém é um grande arquivo/coleção que tem como foco o múltiplo, a publicação de artista, e diante desse universo, percebo que há várias pequenas coleções dentro do projeto. Por temas, por linguagens, por possibilidades múltiplas.
NP – E por fim, saber como situa as grandes influências em sua vida profissional, quem foi determinante neste caminho?
Ju Crispe – O encantamento com a linguagem da gravura foi o disparador para pensar as relações de minha formação como artista, professora e curadora. Percebo que muito de mim é atravessado pelos outros. Inevitável falar da professora Sandra Favero, pessoa que além de construir uma relação próxima de afeto, incentivou, acolheu e deu possibilidade de mergulhar em cada técnica da gravura tradicional e pensar suas variações na contemporaneidade. Aí está um dos primeiros grandes encontros que tive nas artes. Morava no ateliê de gravura, nele vivia. Depois, logo após desse contato, as aulas da professora Raquel Stolf também foram de grande influência, nelas produzíamos zines, folhetos, publicações, diferentes linguagens que me encantaram por suas possibilidades. Trabalhei com Sandra em diversos momentos, participava como bolsista do Gravar Gravando Gravura, projeto de extensão aberto à comunidade, e lá ajudava a organizar portfólios e exposições. Também trabalhei como bolsista voluntária da professora Raquel no projeto Membrana. Esses foram os caminhos e pessoas que foram me aproximando desse universo. Muito importante reconhecer e agradecer a elas em minha formação. Antes, também é importante citar a professora Doraci Girrulat, que iniciou este movimento do múltiplo na Udesc, retirando os moldes tradicionais. Lembro de estar trabalhando com Raquel e Sandra nos anos de 2002, 2003. Logo, também, a professora Regina Melim vem trabalhar as publicações independentes e cria a plataforma Par(en)tesis. Também desenvolve o conceito de exposições portáteis, algo que me interessa pensar a partir dessas obras, que elas em si são seus campos expositivos.