Depois da exposição de Joan Miró, o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) fechou nova parceria com o Instituto Tomie Ohtake, e Florianópolis será a primeira cidade do país a receber a exposição Gaudí, Barcelona 1900, do arquiteto catalão Antoni Gaudí. A mostra ficará aberta ao público de 27 de agosto a 30 de outubro. A exposição conta com patrocínio da Arteris, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
Gaudí, Barcelona 1900 reúne 71 obras do mestre catalão, sendo 46 maquetes (quatro delas em escalas monumentais) e 25 peças entre objetos e mobiliário. Completam a mostra mais 42 trabalhos de outros artistas e artesãos de Barcelona, produzidos nos anos 1900. Os trabalhos que serão expostos virão do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Museu do Templo Expiatório da Sagrada Família e da Fundação Catalunya-La Pedrera, Gaudí.
“Abrir as portas do Masc para receber obras de mais um grande artista internacional é uma honra. E Santa Catarina ser o primeiro Estado brasileiro a receber esta exposição comprova a nossa capacidade para sediar mostras internacionais e que estamos cada vez mais na rota dos grandes eventos culturais”, afirma o secretário estadual de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello.
Para a presidente da FCC, Maria Teresinha Debatin, receber duas exposições internacionais de artistas renomados em menos de um ano é um reconhecimento do trabalho realizado pela instituição. “A FCC, por meio de seus diversos setores e do Masc, não poupou esforços para fazer da exposição do Miró um grande sucesso e, sem dúvidas, manterá a mesma dedicação com Gaudí”.
Curadores destacam processos construtivos dos projetos de Gaudí
Os curadores da exposição, Raimon Ramis e Pepe Serra Villalba, destacam os processos construtivos dos projetos de Gaudí por meio de modelos tridimensionais que ressaltam detalhes de sua arquitetura. No design, móveis e objetos, que vão de maçanetas de metal a peças em cerâmica e madeira, mostram como a criação artesanal conseguiu fundamentar a indústria. O conjunto das obras reunidas do consagrado arquiteto catalão testemunha a invenção de uma original geometria, calculada a partir da observação e estudo dos movimentos da natureza. Com este princípio racionalista protagonizado pelo orgânico, Gaudí instaura uma estética moderna única que marcou definitivamente a cidade de Barcelona.
Para ilustrar ainda mais a potência de um período em que a Capital da Catalunha surge como projeto moderno de cidade, os curadores selecionaram 26 trabalhos entre objetos e elementos decorativos concebidos pelos chamados ensembliers (artesãos de alto nível), além de 16 pinturas. São artistas contemporâneos a Gaudí, que desenvolveram suas obras conforme os preceitos do modernismo catalão. Entre eles destacam-se os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol, e ensembliers como Gaspar Homar ou Joan Busquets, que decoraram e mobiliaram as casas da burguesia catalã do período.
Trata-se da mesma burguesia que colaborou para a inovação e o processo de integração entre urbanismo, arquitetura, arte, design e indústria, atuando como mecenas dessa importante geração de artistas e artesãos que configuraram um dos movimentos mais férteis e representativos da cultura catalã. “Um momento em que foram construídos os fundamentos culturais da Catalunha atual, em que o processo industrial, o lado íntimo, o momento, o acaso, a mecanização, entre outros, vão ganhando espaço, e a atividade artística vai se abrindo a novas propostas”, explicam os curadores. Neste panorama, sugere ainda a dupla, a obra de Gaudí condensa o debate técnico, estético, ideológico e social da virada do século.
Visitação gratuita às terças-feiras
A visitação da exposição Gaudí, Barcelona 1900 no Masc ocorrerá de terça-feira a domingo, das 10h às 21h. Às terças-feiras a entrada será gratuita e nos demais dias o valor da entrada será R$ 10 (meia-entrada R$ 5). Alunos de escolas públicas e projetos sociais também terão acesso gratuito mediante agendamento, que será aberto nas próximas semanas.
Sobre os curadores
Raimon Ramis (Barcelona 1961) é historiador em arte pela Universidade Autônoma de Barcelona e estudou fotografia no Instituto de Estudos Fotográficos da Catalunha e foi fotógrafo de arquitetura. Trabalhou na Fundação La Caixa, Fundação Antoni Tàpies, entre outras entidades. Foi professor da Escola Superior de Desenho de Barcelona e do Centro de Imagens e Tecnologia Multimídia da FPC/UPC, também na Capital catalã, onde criou o departamento de recuperação do patrimônio fotográfico Memoria de laimage. Desde 2013, mora em Santiago do Chile, onde é gestor cultural e diretor de Projetos da Fundação Media Bus. Ramis é ainda curador e colaborador do Centro de Extensão da Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde foi curador das exposições Joan Fontcuberta: metabolismos de La imagen(2014)e Gaudí El arquitecto y la forma (2014-2015). Participou de diferentes seminários sobre Gaudí, fotografia, arte e educação.
Pepe Serra Villalba (Barcelona, 1969) é diretor do Museu Nacional da Catalunha, desde 2012, depois de ter dirigido o Museu Picasso de Barcelona (2006 a 2012). Focado em patrimônio e gerenciamento de museus de arte, tanto em instituições públicas quanto privadas, Serra ocupou ainda a direção de Museus e Patrimônio Cultural no Departamento de Cultura do Governo da Catalunha (2005 a 2006); foi Coordenador do Programa Públicos e Serviços Culturais da Fundação Caixa Catalunha (2001 a 2005); e coordenador do departamento de exposição do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (1996 a 2000). Entre as exposições com sua curadoria, destacam-se Postersin Catalonia (Tinell Hall, Barcelona, 1995), Eudald Serra Signs of Life (La Virreina, Barcelona,1999), The Bodyandthe Cosmos(La Pedrera Casa Milà, Barcelona, 2004) e Kees Van Dongen (Museu Picasso, Barcelona, 2009). Na academia, atua como co-diretor e professor na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, e professor na Universidade de Barcelona, entre outras atividades.
Serviço
O quê: Exposição Gaudí, Barcelona 1900
Abertura: 26 de agosto (para convidados)
Visitação: de 27 de agosto a 30 de outubro (de terça-feira a domingo, das 10 às 21 horas)
Onde: Museu de Arte de Santa Catarina –MASC – Localizado no Centro Integrado de Cultura (CIC) – Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 – Agronômica – Florianópolis
Quanto: de quarta-feira a domingo R$10 (meia R$5). Entrada gratuita às terças-feiras
Fonte: Governo de SC