A abertura do 11º Salão Nacional Victor Meirelles será dia 9, às 19h, no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), localizado no interior do Centro Integrado de Cultural (CIC), em Florianópolis. Dos 560 trabalhos inscritos de todo o país, foram selecionadas obras de 25 artistas, dos quais 9 são catarinenses. A exemplo das edições mais recentes do Salão, nesta dois artistas serão homenageados com salas dedicadas especialmente às suas obras: João Otávio Neves Filho, o Janga (1946-2018); e Carlos Asp, com curadoria de Juliana Crispe.
O prêmio aquisição no valor de R$ 20 mil vai para as obras fotográficas que se destacaram: “Cosmografia”, de Amanda Melo da Mota Silveira (SP); e “Não consigo respirar” e “Pavor Negro”, de Sérgio Adriano Dias Luiz (SC), respectivamente primeira e segunda colocadas.
Seleção
O Edital contou com 560 inscrições vindas de todas as regiões do país, sendo que 406 foram habilitadas para a etapa final que foi avaliada pela Comissão Autônoma de Seleção (CAS), composta por seis integrantes dentre profissionais com notório conhecimento e atuação na área de artes visuais. A escolha dos nomes para compor a Comissão foi feita pelo Conselho Deliberativo do MASC, de modo a priorizar que os integrantes sejam de diferentes regiões brasileiras, que suas atuações no circuito artístico agreguem valor institucional e que realizem pesquisas, curadorias e inserções em diferentes vertentes da produção artística contemporânea com ênfase em questões como: materialidade, político-social, gêneros, raças, etnias, diversidades e inclusão.
Membros da Comissão Autônoma de Seleção:
Cristiana Tejo (Pernambuco-CE)
Fernanda Magalhães (Londrina-PR)
Luciara Ribeiro (Xique-Xique-BA)
Paulo Miyada (São Paulo-SP)
Ricardo Resende (Guaranésia-MG)
Juliana Crispe (Florianópolis-SC) – responsável pela curadoria geral e de montagem
O processo de seleção foi realizado de forma on-line na mesma plataforma da inscrição, e exigiu dos avaliadores uma escolha criteriosa conforme estabelecido no Edital. A Comissão considerou muito difícil a tarefa de escolher apenas 25 artistas diante da qualidade das propostas, sendo que as duas obras com as melhores pontuações serão adquiridas para o acervo do MASC.
Artistas participantes
Amanda Melo da Mota Silveira (São Paulo-SP)
Sérgio Adriano Dias Luiz (Joinville-SC)
Carlos Asp (Viamão-RS)
Antônio João Gonzaga Amador (Rio de Janeiro-RJ)
José Bruno de Faria Neto (São Paulo-SP)
Lia Vaquer Cunha (Salvador-BA)
Djuly Francine Gava de Almeida (Florianópolis-SC)
Ana Emilia Jung (Curitiba-PR)
Luiza Baldan (Noise Produção Fotográfica e Cultural Ltda) (Rio de Janeiro-RJ)
Brunna Emanuella Ottoni Ferraz (Brasília-DF)
Bruno Novaes (São Paulo-SP)
Jan Moraes Oliveira (Joinville-SC)
Noara Quintana (Florianópolis-SC)
Luana Assis Navarro (Curitiba-PR)
Rafael Black (São Paulo-SP)
Raquel Stolf (Florianópolis-SC)
Mônica Vaz (Belo Horizonte-MG)
Aline Brune Ferraz de Morais (Salvador-BA)
Kaue Lopes Garcia (Campinas-SP)
Franciele Favero (Florianópolis-SC)
Romy Huber Pradi (Itajaí-SC)
Rodrigo dos Santos Zeferino (Ipatinga/MG)
Priscila Rezende (Belo Horizonte/MG)
Rudolfo Auffinger (Joaçaba/SC)
Claudia Zimmer (Blumenau/SC)
Sobre os vencedores do prêmio de aquisição
Cosmografia – Amanda Melo da Mota Silveira: a série de cinco fotografias está vinculada a encontros com rezadeiras, coletivo de mulheres e grupos que celebram solstícios e equinócios, realizados nos sítios arqueológicos e monumentos megalíticos da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, ocorridos durante três anos. A pesquisa procurou investigar um dos mais ricos acervos rupestres do planeta, contendo 65 sítios arqueológicos com centenas de inscrições e também dezenas de sítios com pedras orientadas. As pedras, possivelmente serviam como calendários astronômicos aos primeiros habitantes da região, cuja ocupação iniciou-se cerca de 5 mil anos atrás. Algumas dessas inscrições rupestres estão propositalmente alinhadas aos diferentes locais onde o sol nasce nas mudanças de estação. É provável que os povos originários usassem esse calendário para uma série de atividades cotidianas como a pesca, plantio, colheita, caça e para rituais de fertilidade. As fotografias trazem para hoje as relações de um pensamento mítico, perpassado por narrativas e oralidades estreitamente alinhadas com pensamentos filosóficos do agora, permitem acessar uma realidade via conservação de descobertas transmitidas por ancestralidades perdidas, de geração em geração, em narrativas que não podem deixar de existir para a garantia de transmissão de novos estados de vida.
Não consigo respirar e Pavor Negro – Sérgio Adriano Dias Luiz: com base em um fato histórico altamente significativo, o primeiro marco oficial do descobrimento do Brasil, no ano de 1501, as obras buscam entender como foi o início da colonização do Brasil, desconhecidos por muitos já que a historiografia nem sempre é a verdadeira, e tentar compreender como chegamos até aqui, uma busca pelo descolonialismo. Os livros História do Brasil propõem pensar nas histórias ausentes, no que foi amordaçado, as palavras não ditas, palavras tomadas. Dar voz ao que foi calado. São livros que lidam com as fronteiras entre a história social ocultada e a história que foi apresentada, numa proposta de um “P.S.” (post scriptum).
Sobre os homenageados
João Otávio Neves Filho, conhecido como Janga (1946 – 2018), teve forte ligação com a arte e a cultura, com vasto currículo no campo das artes visuais, curadoria de exposições, crítica, divulgação e promoção da arte catarinense, em especial, a de Florianópolis. Foi o idealizador da galeria de artes Casa Açoriana: Artes e Tramoias Ilhoas em 1985 de Santo Antônio de Lisboa. Também foi membro do Conselho Estadual de Cultura.
Carlos Roberto Carneiro Asp, ou Carlos Asp (1949), é natural de Porto Alegre (RS), onde expôs pela primeira vez suas gravuras aos 17 anos. A maior parte de sua carreira, no entanto, ocorre em Santa Catarina, onde atua há mais de 40 anos. A partir dos anos 1970, participou de exposições e salões de arte em diversas cidades do país. Também foi professor do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Serviço:
O quê: Exposição do 11º Salão Nacional Victor Meirelles
Abertura: 9 de maio de 2022, às 19h
Visitação: até 3 de julho de 2022. De terça-feira a domingo, das 10h às 21h.
Onde: Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) – Localizado no Centro Integrado de Cultura (CIC)
Av. Governador Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica – Florianópolis (SC)
Entrada gratuita
Fonte: com assessoria de imprensa.