Um projeto com ênfase para a produção e memória de um expressivo artista modernista e para a perspectiva de um futuro em que a arte impacta positivamente o mundo educacional e corporativo. Assim pode-se definir o projeto “Ontemanhã”, que teve lançamento em julho, na Fundação Hassis, em Florianópolis.
Aprovado pela Lei de Incentivo à cultura de Florianópolis com apoio do DOT Digital Group, o projeto contempla cursos de desenvolvimento de habilidades socioemocionais e projetos de vida, focados no indivíduo, por meio de atividades definidas por uma equipe multidisciplinar. O projeto é inspirado na série “Ontemanhã” produzidas pelo artista em 1967 e propõe um mergulho nos conceitos de experiências estéticas e nos contextos de vida de Hiedy de Assis Corrêa (1926-2001), consagrado pintor, desenhista e ilustrador, que projetou a arte de Santa Catarina para o cenário nacional e internacional. O projeto prevê 10 grupos de 20 pessoas acima de 16 anos.
Alguns pontos do Projeto “Ontemanhã:
– o aprendizado acontece dentro de um museu e espaço ateliê;
– o museu como um lugar para a experimentação, aprendizagem criativa e prática do conhecimento;
– o local é um espaço interativo, charmoso, cheio de histórias e significados;
– vida e obra do Hassis como inspiração para o desenvolvimento de habilidades e Projetos de Vida;
– equipe de especialistas;
– metodologias ativas para promover a autonomia, protagonismo e a construção do próprio saber.
Hassis foi um dos artistas de maior expressão de Santa Catarina. Suas obras retratam a vida comum, apresentando detalhes da rotina, do trabalho, das misérias e virtudes humanas. A série “Ontemanhã” procurou refletir sobre a vulnerabilidade humana, a violência do homem contra ele mesmo e o questionamento sobre o futuro, nos convidando a pensar que ainda há tempo.
O Artista
Hiedy de Assis Corrêa – o Hassis, era natural de Curitiba (PR) e veio para Florianópolis com pouco mais de dois anos de idade. Começou a demonstrar sua criatividade desde a infância, quando se empolgava com as revistas em quadrinhos, seus movimentos, formas e cores. Mas foi em 1948 que, através do convite de seu professor de português, o artista deu início à sua carreira ilustrando o conto “Flores” e a capa do livro “Terra Fraca”.
Toda a evolução plástica de Hassis aborda seus registros de infância, situações do cotidiano, as marinhas, os temas sociais e sempre o folclore ilhéu, os lugares e personagens da terra catarinense, onde viveu desde criança e também onde tornou-se personalidade destacada no contexto cultural. Por anos, fez a decoração de Carnaval nos principais salões da cidade, sendo a mais tradicional a do Clube 12 de Agosto.
Dos diversos temas que abordou em sua obra, em murais, desenhos ou pinturas, apresentou em 1962 os 14 passos de sua Via Crucis, onde consegue expressar toda serenidade de Cristo no sofrimento do Calvário.
A Fundação
A Fundação Hassis foi criada em 2001, pouco depois da morte do artista. As filhas Leilah Corrêa Vieira, Luciana Paulo Corrêa e sua esposa Nazle Paulo Corrêa, tomaram para si a tarefa de manter viva a sua memória. Falecido no início de 2001, Hassis deixou um vasto acervo de obras em diferentes suportes e estilos espalhadas pelo estado de Santa Catarina e pelo Brasil.
Com sede no bairro Itaguaçu, em Florianópolis, a Fundação Hassis está instalada na casa onde o artista viveu com sua família e onde também funcionava seu ateliê. Nesse local, funciona o Museu Hassis, que abriga grande parte do acervo, além de galeria de arte.
O espaço da Fundação Hassis é aberto ao público e promove eventos como exposições, palestras e lançamentos de livros.