“Uma resposta estética ao entorno”, diz a arquiteta Emanuella Wojcikiewicz sobre o projeto do bar de drinks Duplex 48, recém inaugurado na esquina das ruas Bocaiúva e Altamiro Guimarães, no Centro de Florianópolis. Por meio deste e de diversos projetos comerciais já realizados, a profissional procura reafirmar a importância da arquitetura como instrumento de transformação da relação das pessoas com a cidade.
O bar encontra-se numa esquina privilegiada, cujas dimensões da calçada em relação as faixas para veículos valorizam mais os carros do que as pessoas, numa visão contrária ao princípio de que a cidade é construída para as pessoas. “Sentimos a necessidade de fazer uma arquitetura que entrasse em comunhão com a rua, não criando paredes e sim possibilidades de visão”, comenta Manu, que partiu exatamente das estreitas calçadas, com 1,20m aproximadamente, e da visão do mar por um ponto de fuga na edificação para criar o projeto do Duplex 48.
A luz, que representa a primeira percepção da arquitetura, foi o elemento escolhido para impactar e protagonizar essa resposta estética imediata de quem vê o edifício de longe. “A iluminação e o jogo sinuoso de luzes cobertos apenas pelas folhas translúcidas de vidro da fachada criam a oportunidade para o cliente ter uma ampla visão da rua, assim como a rua se transforma num pano de fundo do bar. A vista do cliente termina na rua, e não em paredes cegas”, diz.
Para o projeto de iluminação do térreo e da área coberta do piso superior foram escolhidos tubos de alturas variadas e iluminados internamente, criando sinuosidades por todo o salão. “Esta iluminação inovadora foi feita com tubos reciclados de uma indústria de cosméticos desativada que utilizava o material para passagem de esferas da linha de produção”, explica a arquiteta. Por ser direcionada na lateral e não do teto, a luz dos tubos cria uma atmosfera confortável, sem sombra nos rostos das pessoas.
TERRAÇO
Outra definição de projeto que pretende impactar na relação das pessoas com a rua foi a implantação de uma área aberta no terraço que oferece conforto por meio de equipamentos como bancos, mesas altas e baixas, e com layout livre, sem bloquear a visão do mar. “O terraço é um local ao ar livre seguro, totalmente feito para a contemplação e encontros com a sensação de liberdade por não ser um local fechado, e, ainda, conta com narguiles para os amantes deste tipo sofisticado de cachimbo de água”, completa a arquiteta.
Uma escada comum e sem graça que leva até o terraço foi totalmente transformada pela arte de Raffael Fernandes. O artista e tatuador criou um desenho de formas lineares que marca o espaço causando uma sensação de túnel e sugerindo uma parada para divertidas fotos.
Escritório
Localização – Florianópolis, SC (Brasil)
Arquiteto Responsável – Emanuella Wojcikiewicz
Área – 176m²
Ano do Projeto – 2018
Fotografias – Larissa Trentini