De 12 de março a 15 de maio, o Museu da Casa Brasileira apresenta a mostra Marginais Heróis, concebida pelo artista gráfico e designer Rico Lins. Tendo como mote a frase “Seja Marginal Seja Herói”, tributo à obra “Bandeira-Poema” do artista plástico Hélio Oiticica, a exposição propõe investigar as linguagens visuais, o uso de tecnologias híbridas e as ações de preservação do patrimônio gráfico brasileiro.
Apresentada pela primeira vez em São Paulo, a mostra acontece em sintonia com o Concurso do Cartaz, primeira etapa da 30ª edição do Prêmio Design MCB, reforçando o contínuo esforço do Museu no resgate da importância do cartaz como peça central em campanhas de divulgação. Nesse contexto, como parte de um conjunto de iniciativas que promovem a reflexão sobre a produção gráfica nacional, sua identidade e memória, o MCB apresenta a oficina Expressão em Cartaz, com Rico Lins, no dia 19 de março às 10h.
“Rápidos, baratos e descartáveis, os cartazes tipográficos resistem heroicamente em sua marginalidade. À margem do sistema produtivo, da indústria gráfica, da legislação urbana, do design, da arte, do mercado, desafiam teimosa e eficazmente a tecnologia, a cultura e a estética”, afirma Rico Lins.
Deslocados do ambiente urbano e desprovidos de sua função primeira de informação imediata ou comercial, a série de trabalhos que compõe a mostra ao mesmo tempo obedece e subverte alguns procedimentos oriundos da gravura, da pintura, do design, da monotipia. Produzidos em série, cada um é, no entanto, uma peça única que, apesar do planejamento projetual, tem resultado randômico, empírico, imprevisível. Marginais Heróis reúne 40 cartazes de personalidades como Zé do Caixão, Chacrinha, James Dean, Maria Bonita, Nelson Rodrigues, Chico Science, entre outras.
Concebida inicialmente como parte integrante da exposição “From the Margin to the Edge”, inaugurada na Somerset House de Londres, onde permaneceu entre julho e setembro de 2012, a mostra teve apresentações em Buenos Aires e Berlim, em 2013. No Brasil, foi montada pela primeira vez em uma seleção de 25 obras na Galeria Amparo 60, no Recife (2015), seguindo para o Museu Nacional da República, em Brasília (2015), onde integrou a exposição “GráficosRCA: 50 anos e além”.
Foto de capa: Erika de Faria
Fonte: Museu da Casa Brasileira