Neste sábado, dia 26 de maio, pessoas de diferentes formações vão se espalhar pelas calçadas do centro de Florianópolis para desenhar a travessa Ratcliff. Carregando cadernos, lápis e aquarelas, há dois anos eles se reúnem para interpretar marcos urbanos da cidade, cada um com seu estilo.
Trata-se do grupo Urban Sketchers Florianópolis, que começou em maio de 2016, incentivados pelo grupo de Curitiba, que funciona há mais tempo. Hoje, contam 23 lugares representados em grafite, tinta e papel, começando pelo Mercado Público e incluindo outros pontos históricos como a Escadaria do Rosário, as linhas de concreto do edifício Ceisa Center e a arquitetura do início do século vinte do Casarão da Lagoa da Conceição. Os encontros são gratuitos e abertos a qualquer um, independentemente de idade e de habilidade. “No começo, os participantes ficavam meio receosos, mas logo perceberam que o que realmente conta é a experiência agradável do concentro para desenhar na rua”, relata Ivan Jerônimo, um dos organizadores.
Paixão pelo desenho
O objetivo das saídas é divulgar o desenho de observação como registro da cidade e promover a interação entre as pessoas. Jony Coelho, professor de Arquitetura da Unisul e correspondente do blog oficial do Urban Sketchers Brasil, é um dos frequentadores mais assíduos. Morador de Tubarão, geralmente vai e volta no mesmo dia para desenhar na capital juntamente com sua esposa, Joan Kerr, que se uniu aos desenhistas a pouco tempo. Coelho leu sobre o movimento em 2012 e desde então não sai de casa sem o caderno. “O desenho da paisagem urbana in loco, diretamente, sem esboço prévio, sempre foi minha paixão”, explica. Para ele, o mais importante é a atividade em grupo: “conhecer gente com o mesmo interesse, desenhar, aprender, fazer amigos”, completa.
Entre os participantes, há pessoas de todas as idades. A também arquiteta Mirela Gonçalves, que já acompanhava o movimento pelas redes sociais, resolveu convidar o filho, Vinicius. “Além da alegria de conviver com outros colegas que também amam desenhar, é uma oportunidade de convivermos como mãe e filho num momento nosso, de afinidade”, reflete.
Espalhado pelo mundo
O movimento Urban Sketchers surgiu em 2007 em Seattle (EUA) quando o jornalista e ilustrador espanhol Gabriel Campanario formou uma comunidade online para compartilhar desenhos de rua. Hoje, existem grupos em mais de 220 cidades, como Beijing, Líbano, Paris e Cidade do Cabo. O Brasil é o terceiro país com mais grupos oficiais, atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra. O movimento conta com um manifesto que, entre outros itens, estimula o registro do lugar e do momento, o apoio mútuo e a expressão individual.
Serviço
24º Encontro Urban Sketchers Florianópolis: travessa Ratcliff
Encontro de desenho de observação – Especial 2 anos
Travessa Ratcliff, entre a rua Tiradentes e o calçadão da João Pinto
26 de maio de 2018 (sábado), das 15h às 17h
Gratuito, aberto a pessoas de qualquer idade e nível de desenho
Cada participante deve levar seu próprio material
Sorteio de brindes da Editora Gustavo Gili Brasil e da 6B Papelaria
Em caso de chuva, o evento será adiado
Evento no Facebook:
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