Sobre pássaros, sinapses e ervas energéticas, exposição do artista Walmor Corrêa, chega ao Masc – Museu de Arte de Santa Catarina, no dia 14 de julho, próxima quinta-feira, a partir das 19h. A mostra é uma retrospectiva da carreira do artista que articula interação entre arte e ciência em diversas linguagens, como desenho, pintura, escultura e outras instalações, e tem curadoria do pesquisador Paulo Miyada. Com entrada franca, a exposição fica em cartaz até o dia 18 de setembro/22.
Catarinense natural de Florianópolis radicado em São Paulo, Walmor Corrêa desenha desde a infância e se dedica às artes visuais há mais de 40 anos. O fascínio pelo trabalho de Leonardo da Vinci – que conheceu ainda na escola – foi inspiração para que criasse seu próprio universo particular, definido numa parceria entre o desenho e a curiosidade constante pelos diversos personagens do folclore brasileiro. Até hoje, Walmor se considera “um adulto que busca solucionar questões da imaginação”.
Assim, suas obras têm como referência a biodiversidade da fauna e da flora brasileira, mesclada ao folclore, lendas e outros seres que habitam seu imaginário. ”É a partir dela (Natureza) e de um processo contínuo de pesquisa e fabulação que desenvolvo minha obra, provocando a imaginação e suspendendo as certezas do espectador”, conta o artista. Além dos originários da sua própria fantasia, alguns dos seres híbridos que produz nasceram através de relatos escritos em textos de viajantes dos séculos XVI e XVII. “Tenho, da mesma forma, dialogado com palavras, formas, saberes e crendices em torno do nosso fascinante herbário”, conta. Ciência e anatomia se alinham a essas criações, unificando verdade e ficção, costurando fatos a fábulas. “Eu utilizo a ciência para demonstrar através do desenho uma possibilidade de verdade naquilo que se acredita não ser”, acrescenta Walmor.
“A ciência muitas vezes fabula, especula, perde-se em margens de erro, coloca-se a serviço de ideologias, fantasias e desejos, cristaliza ficções. De modo simétrico, a arte com frequência faz de sua capacidade de ‘transver o mundo’ uma ferramenta para ver o mundo para além daquilo que já se sabe que está nele, expandindo o alcance das verdades conhecidas”.
É nessa ambivalência entre saber e fabulação que o curador da exposição, Paulo Miyada, acredita que o artista constitui sua obra. “A ciência muitas vezes fabula, especula, perde-se em margens de erro, coloca-se a serviço de ideologias, fantasias e desejos, cristaliza ficções. De modo simétrico, a arte com frequência faz de sua capacidade de ‘transver o mundo’ uma ferramenta para ver o mundo para além daquilo que já se sabe que está nele, expandindo o alcance das verdades conhecidas”, explica. Ele acrescenta que Walmor “emprega verossimilhantes e delicados sistemas visuais para suspender nossa descrença e reforçar nossa desconfiança”.
Arte e aprendizado
Sobre pássaros, sinapses e ervas energéticas propõe questionamentos e curiosidades sobre evolução, ciência e natureza desenvolvidos e dissecados através dos traços e imagens criados pelo artista. Dessa forma, a mostra também é composta por um programa educativo que tem como foco implementar conhecimento e reflexão a estudantes dos ensinos Fundamental, Médio e Superior, além do público espontâneo. A realização dessa atividade será através do NAE – Núcleo de Arte e Educação do MASC.
“No momento em que uma das grandes pautas globais é a agenda ambiental e o respeito e zelo à biodiversidade, a exposição retrospectiva oferecerá múltiplas oportunidades para refletir e divagar sobre o majestoso patrimônio ambiental brasileiro”, diz Walmor.
Para aonde vai Gorete
Além da exposição no Masc, Walmor Corrêa também leva ao Floripa Airport o trabalho Para aonde vai Gorete. A obra faz parte do Projeto Cavaletes Exposição Itinerante, que homenageia Maria Gorete Mendes, personagem do cotidiano manezinho que usou o antigo aeroporto Hercílio Luz como cenário de vida, onde socializava com quem transitava por lá.
“Quem, ao chegar ao antigo Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, não recebeu um pedido de moedinha da Gorete? Ou até mesmo um pedido de casamento? Confesso que uma das satisfações pessoais ao retornar à minha cidade natal sempre foi reencontrá-la no Hercílio Luz, risonha e faceira, sugerindo que, não importa as dificuldades, devemos sorrir”, relembra o artista. A ideia da homenagem surgiu como resgate à simpática tradição de recepcionar quem chegava ou voltava à cidade, já que a inauguração do novo e moderno aeroporto da Capital, em outubro de 2019, ainda que tenha ampliado e melhorado os serviços aeroviários, acabou distanciando o caminho de Gorete.
O projeto Walmor Corrêa – Retrospectiva é viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio da Celesc, Sollos, Agi Bank, Panvel. Patrocínio da Prefeitura Municipal de Florianópolis, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e Fundação Municipalde Cultura Franklin Cascaes por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Florianópolis. Apoio Cultural Flex – Empresa do Grupo Connvert e Grupo Habitasul. Apoio Jader Almeida, Juliana Pippi, Ouse Iluminação, Brascril, Museu de Arte de Santa Catarina, Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina. Produção Studio de Ideias Gestão e Produção Cultural. Realização Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.
Serviço
Abertura da exposição Sobre pássaros, sinapses e ervas energéticas, de Walmor Corrêa
Quando: 14 de julho (visitação até 18 de setembro)
Horário: às 19h
Onde: Museu de Arte de Santa Catarina – Masc (Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Bairro Agronômica, Florianópolis, SC).
Fonte: com assessoria de imprensa.