A arquitetura como um meio para melhorar as condições de vida e a convivência entre as pessoas inseridas no contexto de um projeto ou edificação sempre foi o objetivo do arquiteto João Filgueiras Lima- Lelé. Seja para a obra de um hospital, uma escola, uma creche, uma passarela para pedestres, uma urbanização, prédios públicos ou capela, sempre é possível notar o traço humanístico de Lelé que convida ao convívio social, como na capela de Pedra Branca. A arquitetura de Lelé também é caracterizada pela valorização da cultura local: o coroamento da capela remete à festa do divino. E contempla os artistas locais na produção dos vitrais, dos murais e da escultura de madeira representando Cristo.
Segundo o antropólogo Darcy Ribeiro “Lelé talvez seja um daqueles poucos arquitetos que foram capazes de retomar a função e a origem da arquitetura em sua essência, considerando projeto e construção como partes inseparáveis de uma realidade sociocultural na qual se inserem”.
Referência no campo da pré-fabricação no Brasil, Lelé popularizou a industrialização da construção, com o uso do concreto armado, da argamassa armada e da estrutura metálica. Sempre de maneira criativa, inovadora. O uso da pré-fabricação possibilitará a realização do projeto da capela em um curto espaço de tempo, assim como ele fez em escolas, creches, drenagens de canais, saneamento básico, passarelas, etc.
Sempre atento às novas tecnologias, destaca-se no campo da inovação e da pesquisa na arquitetura. A cúpula da capela, automatizada, abre e fecha auxiliando a iluminação natural e ventilação. Além de contribuir no aspecto estético. E também o espiritual.
Assim como as obras da Rede Sarah, a capela por certo atrairá turistas, arquitetos e estudantes de arquitetura. Além de atender, de maneira agradável, às suas finalidades religiosas.
Ela será motivo de orgulho para os moradores de Pedra Branca.
Vicente Wissenbach – Editor e crítico de arquitetura