A exposição Lindote apresenta 30 obras, entre inéditas – “quase úmidas”, e de acervo de colecionadores de Santa Catarina selecionadas pelo próprio artista Fernando Lindote, curador da mostra. Pela primeira vez, ele faz uma individual na Helena Fretta Galeria de arte. A mostra integra a programação de aniversário de 350 anos de Florianópolis e a abertura será terça-feira, dia 21 de março, às 19h.
“Esta exposição é de grande importância para a galeria porque abre o ano com a obra de um dos mais importantes artistas contemporâneos em produção em nosso Estado, procurando mostrar o reconhecimento que a galeria dá à arte contemporânea catarinense”, destaca a galerista Helena Fretta, que tem exclusividade do Lindote em Santa Catarina.
No dia da abertura haverá a distribuição gratuita do livro Fernando Lindote: não [des]espere por um estilo, escrito pelo curador Paulo Herkenhoff ao longo dos últimos 12 anos, um dos principais críticos de arte do Brasil. A publicação foi viabilizada por lei de incentivo Federal, Municipal e Estadual.
Para este momento especial, o artista reuniu pinturas feitas na última década, um recorte de trabalhos que conversam entre si e demonstram seu atual momento na arte. “Levarei também obras literalmente úmidas, e que provavelmente serão entregues só no dia. Quero colocar coisas novas para a galeria, uma produção inédita”, afirma o artista que completa 45 anos de carreira. Atualmente, está com a exposição Quanto pior, pior, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A curadoria é de Paulo Miyada e Julia Cavazzini.
Entre as mostras que participou nos últimos 10 anos, estão “Fernando Lindote: trair Macunaíma e avacalhar o Papagaio”, no Museu de Arte do Rio (2015); “DCI – Dispositivo de Circulação de Imagem”, na Galeria Flávio de Carvalho, em São Paulo (2014), e, “1971 – a cisão da superfície no CCBB”, no Rio de Janeiro, (2012).
Colecionismo
“O público terá a oportunidade de saber como já temos em nosso Estado pessoas com o olhar para o colecionismo. Existe um movimento crescente de grandes e novos colecionadores, que alimentam o mercado de arte e dão valor ao nosso segmento. O nosso olhar para estes dois públicos, aqueles já conhecedores das artes e os que estão criando o hábito de visitar galerias e iniciar suas coleções, faz da galeria um ponto de encontro para pessoas interessadas em conhecer mais sobre a arte produzida em Santa Catarina, foco principal da Helena Fretta Galeria de Arte”, analisa a galerista Helena Fretta, que atua há 30 anos no mercado de arte.
Lançamento do livro
O curador Paulo Herkenhoff tinha o nome de Lindote em um pequeno caderno com artistas em que sempre teve curiosidade de estudar a obra e escrever. O livro Fernando Lindote: não [des]espere por um estilo, editado pela Capivara Contemporânea, foi concebido, organizado e escrito por Herkenhoff e é resultado de uma conversa que rendeu 472 páginas e muitas viagens, trocas de e-mails e pesquisa aprofundada. “Ele resgata no livro todo meu trabalho mostrando que tem coesão, uma lógica e é tudo muito parecido. Foi um mergulho na minha própria arte, com conversas com alto nível de exigência, revisitando períodos e fases da minha vida”, afirma Lindote sobre o processo do livro, que será distribuído em Florianópolis na abertura da exposição.
Já no dia 28 de março, às 19h, os curadores Paulo Herkenhoff, Paulo Miyada e Julia Cavazzini participam de um bate-papo com o artista no Instituto Tomie Ohtake. O evento marca também o lançamento do livro em São Paulo. Com prefácio assinado por Raúl Antelo, o livro é dividido em 27 capítulos com ensaios que abordam distintas séries, momentos ou conjuntos da carreira do artista Fernando Lindote.
Fernando Lindote
Nascido em Sant’Ana do Livramento na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, Fernando Lindote começou sua trajetória no final dos anos 1970. Iniciou-se como cartunista e chargista nos jornais gaúchos e adentrou as artes visuais como uma figura inquieta, mergulhada em uma prática inesgotável com performance, fotografia, instalação, pintura e escultura, sem nunca interromper sua relação com o desenho. A maior parte de sua produção fez-se em Florianópolis, ilha em que se estabeleceu desde 1983.
O artista, indicado ao Prêmio Pipa em 2015, reúne entre suas individuais: “DCI – Dispositivo de Circulação de Imagem”, Galeria Flávio de Carvalho, FUNARTE, São Paulo, SP, 2014; “O Soberano Discreto”, São Paulo, SP, 2013, “1971 – a cisão da superfície”, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, RJ, 2012, “Cosmorelief”, na Fundação Cultural BADESC, Florianópolis, SC, em 2011,”Todas as Imagens do Mundo”, na Fundação Hassis, Florianópolis, SC, em 2010, “Desenhos Antelo” na Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP, em 2008, “3D3M”, no Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, SP, 2008, “Experiências com o Corpo”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, 2002, “Muito Perto”, Museu Victor Meirelles, Florianópolis, SC 2002, “EDAX, XII Mostra da Gravura Museu da Gravura”, Curitiba, PR, 2000, “Teatro Privado”, no MAM-Rio, Rio de Janeiro, RJ, em 1999, “Olho de Mosca”, MASC, Santa Catarina, SC, em 1999.
SOBRE FERNANDO LINDOTE POR LUCIANA KNABBEN
Sobre a galeria
Precursora no mercado de arte em Santa Catarina, a Helena Fretta Galeria de Arte estabeleceu-se ao longo dos últimos 30 anos como grande incentivadora de artistas emergentes e já reconhecidos no circuito. Esse comprometimento tem sido construído e associado ao potencial contemporâneo de diálogo entre os diferentes suportes e linguagens das artes visuais, apresentando ao público um time de artistas sólido e plural.
Serviço
Exposição Lindote e lançamento com distribuição do livro Fernando Lindote: não [des]espere por um estilo
Quando: 21/03, 19h
Onde: Helena Fretta Galeria de Arte, rua Presidente Coutinho, 532, Centro, Fpolis
Quanto: entrada gratuita
Fonte: com assessoria de imprensa e informações do Instituto Tomie Ohtake