A casa chama atenção da vizinhança no bairro Cacupé, em Florianópolis. As linhas suaves do terreno abraçam a garagem subterrânea e conduzem o olhar para os andares superiores cujos volumes deixam à mostra os materiais brutos: madeira, concreto e vidro. Mas, quem admira a obra do ponto de vista da rua, nem imagina que o topo da casa oculta uma micro usina fotovoltaica que gera cerca de 400 quilowatt-hora/mês de energia elétrica a partir da luz do sol para abastecer a residência. “Trata-se de um projeto que harmoniza o uso de energia limpa de fonte solar com o desenho arquitetônico, um exemplo de que quando a intenção de investir num sistema fotovoltaico entra ainda na fase do projeto, os resultados podem ser otimizados em vários aspectos”, diz Rodolfo de Sousa Pinto, presidente da ENGIE Geração Solar Distribuída. O projeto é da Pimont Arquitetura, assinado por Henrique Pimont em coautoria com Alejandro Ortiz.
De fato, quando a decisão pelo investimento em um sistema fotovoltaico ocorre ainda na fase de projeto, os arquitetos – assessorados pela equipe técnica da ENGIE – têm a chance de integrar melhor a tecnologia à obra. Podem escolher a melhor localização para os painéis buscando, não só a harmonia com o desenho arquitetônico, como também garantir melhor desempenho dos equipamentos evitando estruturas que projetem sombras sobre as placas, como uma torre de caixa d´agua mal posicionada, por exemplo.
“Mais do que isso, essa novidade – que é a facilidade em obter energia elétrica a partir da fonte limpa e renovável – nos obriga a rever as soluções e os materiais que apresentamos como sugestão aos proprietários”, explica o arquiteto Henrique Pimont apontando que, itens antes pouco recomendáveis por causa do alto consumo de energia – como sistemas de aquecimento ou chuveiros elétricos – podem ser até mais vantajosos, dependendo do projeto. “Com a energia elétrica praticamente de graça e disponível no imóvel, um chuveiro elétrico podem ser uma opção recomendável, pois evitará despesas com armazenamento e a instalação de canos para o transporte de água quente por dentro das paredes da casa, barateando o custo da obra e nem por isso deixando de ser sustentável” exemplifica. “A possibilidade de gerar energia elétrica no próprio imóvel sem dúvida impõe novos desafios e paradigmas para a arquitetura e a construção”, conclui.
Opção por energia renovável desde o princípio
Nesta obra, a opção por uma fonte renovável de energia entrou em pauta ainda no início do projeto, quando os arquitetos discutiam com os proprietários o “programa de necessidades” da futura casa – aquela fase em que tudo ainda está no sonho e imaginação dos envolvidos. O arquiteto Henrique tivera contato próximo com a tecnologia de aproveitamento da energia solar na Alemanha quando, há dois anos hospedou-se na casa de amigos, também arquitetos, em Düsseldorf. “A casa é construída num sistema conhecido como Passivhaus, que utiliza diversos dispositivos que a tornam autossuficiente em energia, inclusive os painéis fotovoltaicos instalados no telhado”, conta.
De volta à Florianópolis chamou-lhe atenção notícias sobre o programa Bônus Fotovoltaico, da companhia elétrica de Santa Catarina, que subsidiou 1250 sistemas residenciais para consumidores catarinenses e que foram instalados pela ENGIE durante 2017. Ele não imaginava que a tecnologia já estivesse assim tão disponível por aqui. Foi então que o arquiteto procurou a ENGIE e, a partir daí, apresentou a possibilidade concreta para os proprietários do imóvel. “A energia solar avança rápido, sinceramente eu não imaginava que teria a oportunidade de trabalhar em um projeto assim tão cedo. Pensava que isso seria realizado apenas pelas próximas gerações, mas não, já é uma realidade por aqui”, conta Henrique.
A obra foi concluída em janeiro de 2018 e a casa ocupada pelos proprietários já no mês seguinte, com o sistema fotovoltaico em funcionamento. Os 14 módulos solares instalados sobre a laje tem capacidade de 3,78 kWp e devem gerar energia suficiente para suprir acima de 80% das necessidades de eletricidade da casa levando-se em conta os padrões do consumo da família na casa antiga. O sistema é ligado à rede da concessionária e a energia não consumida na unidade é injetada na rede e transformada em créditos que podem ser utilizados em períodos em que o sistema na está gerando, como a noite ou períodos de chuva. (Texto Marli Henicka)
Dados Técnicos
Localização – Cacupé, Florianópolis
Projeto de Arquitetura: Pimont Arquitetura – Arquitetos Henrique Pimont e Alejandro Ortiz
Projeto estrutural: Projeto + Concreto – Engenheiro Alberto Rodrigues
Período da obra – Novembro 2016 a Janeiro 2018
Área do terreno: 542 m2
Área construída total: 340 m2
Área do subsolo: 67 m2 . térreo: 118 m2 . superior: 155 m2 . piscina 20 m2
Administração da obra: Pimont Arquitetura – Engenheiro Eduardo dos Santos
Fornecedores
– Construtora: Tivos
– Estrutura metálica: Hoffmann Serralheria
– Concreto: Supermix
– Tecnologia e tratamento do concreto: Kolbitec
– Impermeabilizações: Gaviso
– Esquadrias de alumínio: Projetar Esquadrias
– Portas internas: Madoore
– Elevador: Thyssen
– Energia fotovoltaica: Engie
– Mobiliário fixo: Formus
– Toldos retráteis: Stobag / Ana Lubi decorações
Sobre a ENGIE
A ENGIE está comprometida com um crescimento sustentável a fim de enfrentar os grandes desafios da transição energética na direção de um mundo mais descarbonizado, descentralizado e digitalizado. O Grupo tem por objetivo tornar-se o líder desse novo mundo da energia ao focar em três atividades-chave para o futuro: baixa produção de carbono, especialmente a partir do gás natural e energias renováveis, infraestruturas energéticas e soluções eficientes adaptadas para as necessidades de todos os seus clientes (pessoas, empresas, regiões, etc.). A satisfação dos clientes, a inovação e as soluções digitais são os princípios orientadores do desenvolvimento da ENGIE.
Presente em cerca de 70 países, a ENGIE conta com 150.000 colaboradores em todo o mundo e obteve receitas de € 66,6 bilhões em 2016. Cotado nas bolsas de Paris e Bruxelas (ENGI), o Grupo está representado nos principais índices financeiros (CAC 40, BEL 20, DJ Euro Stoxx 50, Euronext 100, FTSE Eurotop 100, MSCI Europe) e não financeiros (DJSI World, DJSI Europe e Euronext Vigeo Eiris – World120, Eurozone 120, Europe 120, France 20, CAC 40 Governance).
Sobre a ENGIE Brasil
No Brasil, a ENGIE é a maior produtora privada de energia elétrica no País, operando uma capacidade instalada de 9.178,8 MW em 31 usinas em todo o Brasil, o que representa cerca de 6% da capacidade do País. O Grupo possui 90%de sua capacidade instalada no Brasil proveniente de fontes limpas, renováveis e com baixas emissões de gases de efeito estufa, posição que tem sido reforçada pela construção de novas eólicas no Nordeste e por uma das maiores hidrelétricas do País, Jirau (3.750 MW), localizada no rio Madeira, da qual a ENGIE detém participação de 40%.
O Grupo também atua na área geração solar distribuída e oferece serviços relacionados à energia, engenharia e integração de sistemas, atuando no desenvolvimento de sistemas de telecomunicação e segurança, iluminação pública e mobilidade urbana para cidades inteligentes, infraestruturas e a indústria de óleo e gás. Contando com 2.100 colaboradores, a ENGIE teve no Brasil em 2017 um faturamento de R$ 7 bilhões.