Em março deste ano, três casas localizadas em um mesmo terreno no bairro Monte Serrat, em Florianópolis, foram completamente destruídas por um incêndio. As três famílias foram abrigadas por familiares moradores da comunidade, que integra o complexo do Morro da Cruz, uma das regiões de maior vulnerabilidade social da capital catarinense.
Uma corrente de solidariedade se construiu para a reconstrução das casas e fez coro a campanha realizada pelo Instituto Vilson Groh (IVG) para arrecadar fundos para a compra de cestas básicas e itens de higiene pessoal para famílias com dificuldades por conta da pandemia do Coronavírus.
MORADA MONTE SERRAT
O time de voluntários do Movimento Traços Urbanos assumiu a reconstrução das casas que foram destruídas pelo incêndio e criou o grupo específico Morada Monte Serrat. Muitos atores uniram-se nesse desafio, ampliando a rede de solidariedade neste momento bastante delicado que vivemos. Uma das organizações que integrou o projeto foi a ONG Engenheiros sem Fronteiras – Núcleo Florianópolis, além de empresas da construção civil que já formalizaram a doação de materiais de construção.
“Acho que, num momento como esse, em que estamos em casa com nossas famílias em função da situação do covid19, e vendo as famílias que perderam as casas no incêndio só vem a reforçar nossos esforços de solidariedade e compaixão pelo próximo. Sabemos que esta luta de reconstrução não será fácil mais estamos confiantes. E, com a ajuda de todos, levantaremos tijolo por tijolo e traremos novamente dignidade a essas famílias”, afirma Patrício da Cruz presidente do Conselho Comunitário do Monte Serrat.
CAMPANHA DE DOAÇÃO
Uma campanha de arrecadação de fundos está sendo conduzida pelo Centro de Pastoral e Espiritualidade Nsa. Sra. do Monte Serrat, com a meta de arrecadar R$ 120 mil para a construção das casas. Até dia 24 de abril, foram arrecadados R$22.149,00. Os valores estão sendo auditados pelo IVG.
As doações podem ser feitas por depósito bancário, boleto ou cartão de crédito.
Como participar:
Doação de alimentos:
Entre em contato com Marlete Reis de Souza pelo telefone (48) 98479-2706.
Doação de materiais de construção:
Entre em contato com:
arquiteta Tatiana Filomeno – tatiana@atelierdearquitetura.com.br; ou
arquiteta Maria Aparecida Cury Figueiredo pelo WhatsApp (48) 99982-3752
Doação de móveis:
Entre em contato com a arquiteta Ana Trevisan pelo telefone (48) 99961-7198
Doação em dinheiro:
Caixa Econômica Federal
Agência: 1078 operação: 013 (poupança)
conta: 43199-0
Titular: Centro de Pastoral e Espiritualidade Nsa. Sra. do Monte Serrat
CNPJ: 13.238.291/0001-00
➡️ CARTÃO DE CRÉDITO ou BOLETO
Benfeitoria: https://benfeitoria.com/reconstrucao-das-casas-do-mont-serrat-ezk
➡️ Maiores informações:
https://www.facebook.com/n.s.montserrat/
https://www.facebook.com/RedeIVG/
https://www.facebook.com/Conselhocomunitariomontserrat/
SOBRE O MORADA MONTE SERRAT
“Este grupo é fruto da disponibilidade que cada um demonstrou para podermos trabalhar em rede no projeto de [re]construção das moradias que foram atingidas pelo incêndio”, afirma a arquiteta e urbanista Silvia Lenzi, uma das idealizadoras do Movimento Traços Urbanos, coletivo multidisciplinar que atua de forma voluntária e colaborativa para a melhoria da cidade. O Movimento Traços Urbanos já atuava no bairro Monte Serrat, em parceria com a Rede IVG, desde 2017, quando esteve à frente do projeto da Praça Monte Serrat, inaugurada em agosto de 2019.
O Morada Monte Serrat está desenvolvendo projetos de arquitetura e de engenharia, e fará o acompanhamento da execução das obras e a viabilização da construção. Os projetos arquitetônicos das casas estão sendo feitos pelos arquitetos Bernardo Bahia, Matheus Pivetta e Marcelo Eischstadt Nogueira. “Quando estamos de frente para um projeto desse tamanho, a gente se surpreende com a quantidade de pessoas querendo ajudar e fazer acontecer, da melhor e mais rápida forma possível, dando toda a atenção e dignidade a essas pessoas, as quais, por diversas questões sociais, acabam sendo deixadas de lado, excluídas, acabam sendo invisíveis. Quando tiramos um pouco do nosso tempo e damos esse presente para essas pessoas, a troca é quase imediata. A gratidão que a gente sente, numa frase ou áudio dessas pessoas pelo WhatsApp é contagiante, melhora qualquer dia. Sentimos, no tom da voz, que eles estão realmente gratos e esse é o melhor pagamento”, ressalta o arquiteto e urbanista Matheus Pivetta.
Outros profissionais colocaram-se à disposição e estão contribuindo, seja de forma colaborativa ou na viabilização de técnicas e de materiais de construção. Os projetos de engenharia foram assumidos pela ONG Engenheiros sem Fronteiras/Florianópolis. “Estamos muito gratos pela oportunidade de participar, pois percebemos que temos muito a contribuir e, também, fomentar essa parceria, visto que somos parceiros de trabalho”, afirma a engenheira civil Carolina Kuhn, vice-presidente da ONG.
Todo o processo está sendo desenvolvido em conformidade com as determinações da Prefeitura de Florianópolis e a execução das obras somente serão iniciadas após a entrega do laudo de perícia pela Defesa Civil.