Entre os dias 12 e 14 de agosto, o Atelier Fernando Mendes apresenta inéditos e reedições de Sergio Rodrigues e Fernando Mendes em São Paulo, com objetos inéditos dos designers Sergio Rodrigues e Fernando Mendes. A mostra conta com três móveis inéditos de Sergio Rodrigues, recuperados através do Instituto Sergio Rodrigues, além da reedição de dois objetos do designer desenhados há cerca de 50 anos. Já Fernando Mendes apresentará cinco objetos, todos inéditos. A mostra faz parte da programação do DW!, evento que tem o objetivo de promover a cultura do design e suas conexões com arquitetura, arte, decoração e urbanismo.
A atuação do Instituto Sergio Rodrigues na organização de todo o registro físico (projetos, desenhos e fotografias) da obra do mestre trouxe algumas surpresas: peças inéditas cujos desenhos não chegaram a se transformar sequer em protótipos. É o caso da cadeira “Gaia”, nunca montada anteriormente e que ganha seu primeiro protótipo. Além dela, a poltrona leve “Renata” foi originalmente desenhada para o pequeno cinema de um pavilhão de entretenimento localizado na Fazenda do Cachoeirão, no sul de Minas Gerais. As fotografias de época encontradas no Instituto Sergio Rodrigues e a estrutura remanescente possibilitaram o resgate do projeto que aparece pela primeira vez para o mercado. Outra reedição é a poltrona “Vivi”, lançada em 1962 pela Oca.
“Editar esses lançamentos é uma pequena viagem que percorre cerca de 40 anos de criações do Sergio Rodrigues, é uma oportunidade de acompanhar a evolução do design de Sergio observando os elementos que foram sendo agregados a um vasto repertório formal e elementos essenciais que sempre estiveram presentes em sua obra, como formas lúdicas e o conforto de seus móveis”, comenta Fernando Mendes sobre o processo de recuperação destes trabalhos originais de Sergio Rodrigues.
Inéditos de Sergio Rodrigues
Cinco projetos serão mostrados, incluindo croquis originais de algumas das peças, são elas: poltrona Vivi, escrivaninha Lacerda, mesa Coringa Baixa, cadeira Gaia, e poltrona Renata. A poltrona Vivi (1962) e a escrivaninha Lacerda (1958) são reedições, estiveram no mercado há cerca de 50 anos. O resgate destes projetos foi possível com a pesquisa no acervo do Instituto Sergio Rodrigues. No caso da poltrona Vivi, Fernando recuperou o projeto através de fotos de época, já no caso da escrivaninha Lacerda, o projeto original, com a planta em tamanho 1:1 e detalhes técnicos estavam intactos. Outras duas peças, a mesa Coringa Baixa (1993) e cadeira Gaia (anos 80), foram resgatadas através de desenhos à mão livre do Sergio, não havia o projeto totalmente detalhado nem o protótipo realizado. A relação próxima de Fernando Mendes e sua convivência com o designer possibilitaram ao Atelier Fernando Mendes entender a complexidade das peças a partir de informações essenciais e fazê-las sair da prancheta.
Além destes objetos, a poltrona leve Renata (1996) foi desenhada para um projeto específico e será apresentada ao mercado pela primeira vez. “Nesse caso tínhamos um protótipo incompleto e mais uma vez conseguimos completar as informações do projeto com auxílio do acervo fotográfico do Instituto Sergio Rodrigues. Sergio acompanhou a recuperação desse projeto pouco antes de falecer”, conta Fernando. “Esses lançamentos trazem à luz momentos importantes da trajetória de Sergio Rodrigues, a poltrona “Vivi”, por exemplo, é uma peça emblemática que pontua a liberdade criativa e o compromisso com a inovação que dão a identidade bem marcada de todos os seus projetos”, completa o designer Fernando Mendes.
Inéditos de Fernando Mendes
Fernando Mendes apresentará cinco móveis inéditos: as poltronas “Aero” e “Dina”, o banco “Irene”, a mesa “Didi” e a poltrona “Arbatax”. A poltrona “Aero” foi imaginada como uma evolução da poltrona Aviador, de 2005. Maior e mais robusta que a Aviador, a Aero teve as hastes de aço da Aviador substituídas por travessas parcialmente torneadas que se transformaram num desafio estrutural e principal elemento estético da poltrona. O nome é mais uma referência à paixão do autor pela a aeronáutica, fonte de inspiração para vários de seus projetos. Já o banco “Irene” foi criado para o balcão central da cozinha de Irene Seigle, uma franco-africana nascida na Mauritânia que ao longo da vida morou em mais de 40 cidades pelo mundo colecionando histórias incríveis.
“Alguns projetos levam anos para amadurecer, outros já nascem prontos nos primeiro traços. Mantenho na minha mochila uns caderninhos onde continuamente desenho e faço anotações, esse é o lugar mais especial da criação, o desafio da folha em branco e o desenho a mão livre”, conta Fernando sobre seu processo criativo.
“Os lançamentos têm e comum uma forte ligação com o desenho livre, tento sempre transportar para o design a emoção dos rabiscos, e é isso que tentaremos expor nesta mostra. Outra coisa em comum nas novidades são os encaixes, já desenho imaginando que tipo de encaixe usar, o desenho tem o encaixe e o encaixe tem o desenho – nessa hora o designer e o marceneiro trabalham juntos, ninguém manda em ninguém, esses meus dois lados têm que se entender ou a coisa não anda. Depois disso vem o teste do conforto, ajustes e retoques para aperfeiçoar o produto”, finaliza Fernando.
Sobre Fernando Mendes
Ao longo dos sete anos que Fernando Mendes trabalhou no estúdio do Sergio Rodrigues, estudou marcenaria lendo livros importados. Nesse momento era apenas por lazer e interesse de conhecer esse ofício milenar. Frequentemente visitava uma ou outra marcenaria, ficava encantado com as ferramentas, com a construção das peças, com o cheiro e a beleza da madeira. As informações e experiências dispersas se juntaram para dar início aos primeiros desenhos de mobiliário de sua autoria. Nessa época começou, também, a fabricar algumas peças de Sergio Rodrigues para atender aos pedidos de produção artesanal do estúdio do mestre-designer. A marcenaria que estudara nos livros passou a fazer parte de sua realidade tanto quanto o Desenho Industrial e Arquitetura que já havia cursado. Os conhecimentos acumulados se aglutinaram num único oficio sem qualquer subordinação da prática artesanal pelo conhecimento intelectual. A marcenaria, hoje, Atelier Fernando Mendes, possui 14 anos de experiência na fabricação artesanal de mobiliário. “Nas peças que crio procuro misturar alegria, conforto, desafio estrutural e qualidade construtiva. A marcenaria aqui não é apenas um meio de transformar um projeto em realidade, é a própria fonte de inspiração na elaboração dos desenhos.” Mais informações em www.atelierfernandomendes.com.br (com assessoria de imprensa).
Atelier Fernando Mendes| Lançamentos 2016 @ Coletivo Amor de Madre
Abertura: 09 de agosto, às 19h30, para convidados
Período expositivo: de 12 a 14 de agosto
Endereço: R. Estados Unidos, 2174 – Jardim Paulista, São Paulo
Horário de funcionamento: das 11h às 19h
Entrada franca e livre