Por quase cinco horas, o arquiteto e urbanista Miguel Cañas Martins, sócio da Metroquadrado e do Atlas, falou para estudantes e profissionais. Dividido entre palestra e oficina, foram feitas explanações sobre o futuro da profissão do arquiteto. Através de um discurso simples e objetivo, o arquiteto apresentou alguns projetos com uma abordagem interdisciplinar dos processos criativos envolvendo arquitetura, design e experiências imersivas. Entre trabalhos apresentados, estão projetos corporativos, residenciais, interiores e desenho de experiências.
“É importante que acrescentemos novos ingredientes no processo criativo incluindo as pessoas no desenvolvimento de trabalhos com mais entrega e profundidade conceitual”, destacou Miguel Cañas Martins. Na oportunidade, o arquiteto premiado pela ASBEA falou também sobre a relevância de se criar ferramentas mais experimentais de trabalho, para se atingir com maior autenticidade os projetos. “Oportunidades como essa de troca é que fazem a gente refletir, sair da inércia e dar mais um passo pra ressignificação da profissão”, finalizou o arquiteto e urbanista.
Qualidade profissional
O arquiteto e urbanista Mario Figueroa palestrou no eixo escola por pouco mais de uma hora para profissionais e estudantes de arquitetura e urbanismo durante a tarde de sexta-feira, dia 13 de maio, no Congresso Itinerante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC), em Criciúma. Entre os assuntos abordados estão o paradoxo de se morar em um país que gera uma quantidade grande de gênios em todas as áreas de conhecimento e ao mesmo tempo de convivermos com 14 milhões de brasileiros analfabetos. Uma realidade, que segundo o palestrante, implica diretamente com o tema ensino porque diz respeito ao nível educacional que os jovens chegam às universidades.
Outra questão destacada durante o encontro foi à relação per capita população/arquiteto que no Brasil é de um arquiteto para cada 2.500 pessoas, um dado que, de acordo com el,e é muito próximo da relação que acontece na França, que é de 2.200 pessoas, por arquiteto. A grande diferença é que a maioria dos franceses sabe quais são as atribuições de um arquiteto e urbanista, ao contrário da nossa realidade, segundo Figueroa. Para isso, ele propôs a necessidade da discussão do ensino e do envolvimento da educação do cliente, seja ele o Estado ou a iniciativa privada. “O grande esforço reside em aumentar a qualidade média de profissionais que formamos, pois essa é a grande diferença que temos com os países vizinhos da América Latina”, destacou.
Após a palestra o público participou de uma oficina com ferramentas de Desing Thinking para tirar reflexões sobre o futuro do papel do arquiteto. (por Kêyla Ferreira/CAU/SC).