A proposta conceitual deste projeto foi a de criar uma arquitetura contemporânea com forte identidade. Os clientes da arquiteta e urbanista Marília Ruschel desejavam uma casa aconchegante, com ambientes espaçosos e integrados ao jardim interno. A orientação do sol foi o ponto de partida para o projeto de 915 m², implantada em privilegiado terreno de esquina, em um condomínio fechado, em Jurerê Internacional, Florianópolis. O amplo programa de necessidades desenvolve-se basicamente em dois pavimentos, além do apartamento do caseiro no subsolo. No térreo encontra-se a área social, com confortável sala de estar de pé direito duplo, espaço gourmet e piscina; a garagem e a suíte de hóspedes localizam-se rebaixados 50 cm em relação aos demais ambientes e a acessibilidade é garantida a partir de rampas e elevador.
No segundo pavimento fica a parte íntima, onde mezanino e suítes usufruem de visuais por meio de terraços com pergolados. A fachada principal de configuração linear é composta de cheios e vazios, com superfícies de pedra, alvenaria com reboco rústico, vidro e quebra-sóis de madeira, os quais propiciam privacidade ao mesmo tempo em que cria proteção solar. Esquadrias de madeira garapeira compõe essa fachada, enquanto esquadrias de PVC ambientam o interior da residência. O acesso principal na esquina da casa é marcado por uma alvenaria em “L” e pergolado com cobertura de vidro. Um generoso pergolado no segundo pavimento qualifica a varanda do casal e cria a marcação dessa esquina na escala urbana.
O telhado de superfície plana ganhou uma cobertura metálica termoacústica revestida de madeira cumaru, e brises permitem que a família visualize o exterior e mantenha a devida privacidade. Os dormitórios e atelier estão voltados para a área de lazer e recebem orientação solar e aquecimento natural de destaque. A ventilação cruzada e o sistema de aquecimento solar também facilitam o abastecimento de água quente tanto na piscina quanto nos pontos de distribuição na casa. O projeto foi vencedor da segunda edição do Concurso Cultural VEKA.
Este projeto foi publicado no anuário ArqSC em 2015. Reproduzimos parte do texto.
Fotos Rô Reitz